O Projeto de Lei 557/2020, que torna obrigatória a inclusão de abordagens femininas nos conteúdos curriculares da educação básica, nas redes públicas e privadas, segue para análise do Plenário no Senado. O texto, que também propõe a criação da Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História, foi aprovado na Comissão de Educação (CE), nesta terça-feira (27).
As abordagens femininas nos ensinos fundamental e médio devem incluir aspectos de história, ciência e cultura do Brasil e do mundo, destacando as contribuições de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política.
A proposta, de autoria da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), apresenta como justificativa para a alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394, de 1996), o fato de que as mulheres têm baixa representação no mundo científico, devido ao preconceito e desencorajamento quanto aos lugares que podem ocupar, apesar de demonstrarem excelente desempenho escolar.
ATIVIDADES ASSOCIADAS A HOMENS
A relatora do PL (557/2020), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que apresentou parecer favorável para aprovação, afirmou que as atividades consideradas difíceis, como as relacionadas às ciências exatas, são comumente mais associadas a homens do que a mulheres, devido a preconceitos existentes.
"Tais estereótipos influenciam a tomada de decisões de meninas a partir dos 6 anos de idade, desencorajando-as de se interessarem por determinadas matérias, o que, por consequência, reflete na baixa representatividade feminina em diversas áreas e carreiras de grande reconhecimento", argumentou Soraya, segundo informações da Agência Senado.
A senadora também destacou que "pesquisas recentes mostram que aproximadamente 84,1% das meninas brasileiras entrevistadas, de 14 a 19 anos, não se sentem representadas nos espaços institucionais e que as mulheres têm mais chances de abandonar seus estudos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática do que os homens".