Enem 2025: preparação com equilíbrio emocional desde o início do ano letivo
Embora não possam utilizar o desempenho para ingresso imediato, os treineiros também precisam estar atentos à preparação para o exame

Com milhões de participantes todos os anos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das etapas mais desafiadoras para quem busca ingressar no ensino superior. No início das aulas, estudantes já começam a traçar metas e planejar o ano, com foco nas provas previstas para novembro. Embora o estudo intenso seja fundamental, especialistas destacam que o sucesso também depende de estratégias eficazes e de atenção à saúde mental e física.
Apesar do suporte oferecido pelas escolas, o papel da família é indispensável. É importante que os responsáveis estejam atentos às pressões que os próprios estudantes podem colocar sobre si mesmos, buscando alcançar resultados.
"Gosto de dizer aos meus alunos que o sucesso se baseia em um tripé, ou seja, três pilares fundamentais", afirma Ricardo Berardo, professor de Matemática e coordenador do Ensino Médio do Colégio Saber Viver.
"O primeiro pilar é o conhecimento: estudar com dedicação e foco nos conteúdos mais relevantes para o exame. O segundo são as estratégias, como realizar simulados, analisar os erros e ajustar o planejamento de estudos com base nesses resultados. E o terceiro, não menos importante, é o equilíbrio emocional: conhecer-se, controlar a ansiedade e respeitar os limites do corpo e da mente", explica o professor.
Estratégias para começar o ano letivo com foco no Enem
O início do ano letivo é o momento ideal para estabelecer bases sólidas rumo ao Enem. Segundo o professor de História do Colégio Saber Viver, Everaldo Chaves, uma preparação eficaz combina organização, disciplina e estratégia. Para isso, ele sugere cinco ações práticas que podem ser adotadas já nas primeiras semanas do ano:
1. Diagnóstico inicial
Antes de tudo, é fundamental que o estudante avalie suas habilidades e identifique pontos fortes e fracos em cada área do conhecimento. Isso pode ser feito por meio de uma análise dos conteúdos mais recorrentes no Enem e pela resolução de provas anteriores. Esse levantamento permite direcionar esforços de maneira mais estratégica.
2. Plano de estudos estruturado
Um cronograma bem organizado é a chave para otimizar o tempo de estudo. Ele deve incluir todas as quatro áreas do exame – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas – além da redação. Everaldo Chaves recomenda priorizar os conteúdos mais frequentes, como, por exemplo, em História: revisar temas relacionados à formação socioeconômica brasileira, mudanças no mercado de trabalho e impactos dos regimes totalitários.
3. Integração com habilidades da BNCC
As competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como leitura, interpretação e análise crítica de textos, são essenciais para o desempenho em todas as áreas do exame. Além disso, essas habilidades ampliam o repertório argumentativo necessário para uma redação de alto nível, que é um componente decisivo na pontuação do Enem.
4. Prática semanal
A prática regular é indispensável. Resolver questões de provas anteriores, participar de simulados e escrever ao menos uma redação por semana ajudam a consolidar o conhecimento e a melhorar a gestão do tempo durante o exame. Essa rotina também permite que o aluno identifique padrões de questões e ganhe confiança.
5. Autoavaliação constante
Revisar o progresso regularmente é tão importante quanto seguir o plano de estudos. O estudante deve refletir sobre os avanços e identificar ajustes necessários. Se determinada área ou tema não evolui conforme esperado, é hora de redirecionar os esforços.
Treineiros também precisam estar atentos
Os chamados “treineiros” são participantes do Enem que fazem a prova para uma autoavaliação, sem a possibilidade de utilizar as notas para ingresso no ensino superior. Embora não possam utilizar o desempenho para ingresso imediato, esses estudantes também precisam estar atentos à preparação para o exame, visto que a experiência é essencial para o aprendizado e para um bom desempenho em provas futuras.
"O próprio nome do exame revela isso: ele não trata só do terceiro ano, mas leva em consideração o aprendizado ao longo de toda a trajetória do ensino médio. Acho que o aluno, principalmente os treineiros, também precisa estar se preparando desde o início, especialmente se almeja cursos concorridos, como Medicina. Ele precisa estar focado e se dedicando desde o 1º ano do ensino médio", ressalta o professor Ricardo Berardo.