Professores do Recife fazem ato por reajuste salarial e melhores condições de trabalho
O ato busca pressionar a Prefeitura garantindo o reajuste de 6,27% dos salários, além de assegurar melhores condições de trabalho nas escolas da rede

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) vai reunir a categoria para um grande ato nesta quarta-feira (12), às 15h, no Marco Zero, no bairro do Recife, data em que se celebra o aniversário da capital pernambucana.
A entidade convocou os docentes a paralisarem as atividades por 24 horas. No entanto, a Secretaria de Educação do Recife informou que as aulas nas escolas e creches da rede municipal serão mantidas normalmente.
O ato tem como objetivo pressionar a Prefeitura a cumprir a Lei do Piso Nacional do Magistério, garantindo o reajuste salarial de 6,27%, além de cobrar melhores condições de trabalho nas unidades de ensino.
"Nenhuma cidade se desenvolve sem investimento sério na educação. Nossa luta não é só pelos nossos direitos, mas pelo futuro da educação pública no Recife. No dia 12, paralisamos para dizer: educação de qualidade se faz com valorização dos profissionais", reforçou Anna Davi, uma das coordenadoras do sindicato.
A pauta também inclui outras reivindicações que, segundo o Simpere, seguem sem resposta por parte da gestão municipal. Entre elas estão: o pagamento do piso na carreira para professores ativos e aposentados, o cumprimento da Lei da Aula-Atividade, melhorias no Saúde Recife e a garantia de estrutura adequada para atender crianças com deficiência nas escolas.
Educação Especial
Em conversa com a coluna Enem e Educação, Jaqueline Dornelas, uma das coordenadoras do Simpere, destacou que o sindicato não pode se limitar a reivindicações apenas salariais.
No caso da Educação Especial, a entidade volta a cobrar investimentos no quadro de professores e de Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE) para suprir a demanda existente na rede municipal - que conta com mais de 8.200 crianças com deficiência matriculadas.
"A professora, quando tem crianças neuroatípicas em sala de aula, mas não conta com o suporte de outro recurso humano, como o AADEE, fica sem as condições necessárias para desempenhar seu trabalho. Nós temos cobrado uma educação inclusiva efetiva e melhores condições de trabalho para os professores", afirmou a dirigente.
"Hoje, o número de AADEEs é insuficiente para acompanhar as crianças neuroatípicas, especialmente aquelas com comprometimento motor e sem autonomia. Desde 2023, estamos denunciando essa situação", disse Jaqueline. Ela destacou ainda que há crianças sem frequentar a escola devido à falta de agentes especializados para oferecer esse suporte.
Outro ponto denunciado pelo Simpere é o fechamento das turmas bilíngues, a exemplo do que ocorreu nas escolas Padre Antônio Henrique, localizada no bairro do Derby, e Florestan Fernandes, no Ibura.
"Os estudantes surdos foram acomodados em salas regulares, e nosso temor é que, embora a sala bilíngue garanta o direito a um intérprete de Libras, não sabemos se a Prefeitura realmente assegurará esses profissionais com a inclusão nas salas regulares. No dia 14 de março, teremos uma reunião com os professores dessas escolas para tratar dessa situação", afirmou Jaqueline Dornelas.
A coluna Enem e Educação entrou em contato com a Secretaria de Educação do Recife nesta terça-feira (11) para solicitar esclarecimentos sobre o fechamento das turmas. Assim que houver uma resposta, esta matéria será atualizada com as informações fornecidas.