O governador eleito Paulo Câmara vai entrar em campo acompanhado do mesmo time que, desde 2007, jogou ao lado do ex-governador Eduardo Campos. Salvo um ou outro nome e a troca de posição de alguns jogadores, a escalação é praticamente a mesma das duas gestões do PSB, com duas diferenças: não haverá mais a liderança inconteste de Eduardo e o surgimento, já nos primeiros dias de 2015, de uma oposição na Assembleia Legislativa, mesmo que de desempenho ainda incerto.
Como Paulo Câmara foi eleito com o voto de gratidão e discurso da continuidade, sabia-se desde o começo que a composição do secretariado seguiria, de certa forma, o roteiro do previsível. A estratégia surrada de convocar deputados eleitos para abrir espaço para suplentes aliados e dar secretarias como prêmio de consolação a amigos derrotados também era pedra cantada.
De imprevisível mesmo, apenas o desempenho do governo do Estado nos primeiros meses de 2015, um ano de dificuldades financeiras, sem o apoio e a mão forte do governo federal. Apesar dos discursos de lado a lado de que o governo Dilma Rousseff não irá retaliar o de Paulo Câmara, só um ingênuo apostaria que Pernambuco terá da União a mesma parceria dos anos anteriores.
Favor de Paulo...
Com a definição do secretariado de Paulo Câmara, o prefeito do Recife ganhou um presente. Raul Jungmann poderá deixar a suplência para assumir o mandato na Câmara Federal, abrindo mão dos últimos dois anos do mandato de vereador.
...ao prefeito
Como Priscila Krause se elegeu deputada estadual e Jungmann pode ir para Brasília, a oposição a Geraldo Julio fica apenas com Aline Mariano e André Regis. Ambos são do PSDB e, por isso mesmo, cooptáveis a qualquer momento.
Isaltino não tem o perfil para cargo
Uma das piores áreas do governo Eduardo, a Funase ficará sob a responsabilidade do deputado não eleito. Sinal que não terá a devida prioridade.