Plantas secas e mortas, como a da foto, estão se transformando em símbolo do Parque da Macaxeira, que está sem água nem energia. Foto: Letícia Lins
As dificuldades por que passam o Parque da Macaxeira, o maior do Recife, estão longe de terminar. Aliás, dele só não, também do Parque de Santana, ambos importantes áreas de lazer da Zona Norte. Como já foi dito aqui, os dois eram gerenciados pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), cujo contrato venceu em novembro, quando foi realizada licitação, para indicação de uma nova organização social que assumisse os dois. Tanto um quanto outro são administrados pela Secretaria de Turismo e Lazer, que por sua vez terceiriza um tipo de serviço que, no passado, só era de responsabilidade do poder público. O destino de ambos é incerto.
A organização social que vai gerir os dois parques é o Instituto de Gestão do Esporte e da Cultura (Igec), que tem a missão de cuidar de equipamentos, manutenção, pessoa, atividades culturais e articulação com o entorno das duas áreas. O problema é que, após a licitação, o Igec credenciou-se de direito para assumir o Macaxeira e o Santana. Mas de fato, nem sabe quando realmente o fará. Pelo edital, o Igec passará dois anos à frente dos dois parques, período em que deverá ter direito a um repasse superior a R$ 6 milhões. Mas até o momento, o próprio Secretário de Turismo e Lazer, Camilo Simões, ainda não sabe nem quando conseguirá liberar a primeira parcela, de R$ 550 mil, para viabilizar a prestação do serviço no primeiro trimestre de 2016. "Estamos com toda a burocracia pronta, para cumprirmos o contrato. O esforço é grande, mas o cenário econômico está se deteriorando, e tudo é muito nebuloso". Por nebuloso, entenda-se o fluxo de caixa. A previsão era que o Igec assumisse em dezembro. Mas não se sabe se o fará em janeiro do próximo ano.
O Secretário garante, no entanto, que apesar do período de transição - sem presença de organização social gestora - os parques estão funcionando normalmente. Que o público não será prejudicado. Mas na realidade não é isso que está acontecendo. O Santana está com todo o gramado seco, só há verde sob a sombra das árvores. E os banheiros estão há longo tempo sem funcionar. "Só há banheiros químicos, assim mesmo por conta de encenação natalina que há no parque", afirma Vicente Simoni, que frequenta muito o Santana. No Macaxeira, a situação é ainda mais precária. Não há energia, bem meios para bombear água. A última vez que o Parque contou com um gerador foi em novembro. Desde então, os banheiros estão fechados. O JC nas Ruas computou mais de 200 plantas mortas, entre palmeiras e mudas "adolescentes" de árvores. Se forem contadas as pequenas, decorativas, que também sucumbiram à "seca", aí o prejuízo fica até difícil de calcular.
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