Bolsonaro vai apostar na pauta de costumes, aponta diretor da Paraná Pesquisas
Diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo concedeu entrevista ao colunista Jamildo Melo, do Jornal do Commercio, sobre a eleição presidencial deste ano
Diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo concedeu entrevista ao colunista Jamildo Melo, do Jornal do Commercio. O economista avalia que Jair Bolsonaro (PL) deve apostar na pauta dos costumes para tentar reconduzir o mandato de presidente da República na eleição deste ano.
Na avaliação do diretor do instituto, que divulga frequentemente pesquisas eleitorais de intenção de voto, o forte de Jair Bolsonaro é o público evangélico. A fala é corroborada pelos indicativos apontados pelos levantamentos feitos junto ao eleitorado.
"Isso nos leva a crer que uma das estratégias de campanha de Jair Bolsonaro possa ser a questão dos costumes, trazer essa discussão para a eleição. Todos já sabem o que ele pensa, então o presidente poderia provocar os adversários para dizerem o que pensam", avalia Murilo Hidalgo.
Dessa forma, Jair Bolsonaro poderia não apenas manter seu voto entre o eleitorado evangélico, como também expandir o número de eleitores que seguem essa religião. "Vai depender de como os outros candidatos vão se colocar com relação aos costumes", comentou Hidalgo.
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Apesar de ter maioria entre o público evangélico e ter apresentado recuperação na intenção de voto, Jair Bolsonaro ainda está distante de Lula (PT), que segue como líder isolado nas pesquisas.
Exemplo de que a pauta dos costumes deve entrar ainda mais em evidência é o recente caso do filme Como ser o pior aluno da escola, de Danilo Gentilli. O longa virou assunto nas redes, sendo tratado como o novo "escândalo" entre os conservadores.
Júnior Tércio, vereador do Recife, acusa o filme brasileiro de incentivar a pedofilia por exibir órgão genital para adolescentes. O pastor, que já posou com armas ao lado da esposa Clarissa Tércio, apresenta-se como "defensor incansável da família e seus valores".
Outra avaliação feita por Murilo Hidalgo dá conta de como a guerra entre a Rússia e Ucrânia pode afetar a situação eleitoral no Brasil. Para o diretor do Paraná Pesquisas, o conflito apresenta um lado benéfico para o presidente da República.
"A guerra vai ajudar demais o presidente. Ele saiu do cenário, os principais noticiários, em cima do seu governo, eram críticos, principalmente envolvendo a economia. Com a guerra, dedica-se muito tempo à sua cobertura, e os jornais 'esqueceram' Bolsonaro. Mas se a guerra perdurar muito tempo, será ruim para ele por causa do fator econômico", avaliou.