Por Fernando Castilho da JC Negócios
O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou no seu perfil na rede social que comanda que escolheu o Brasil para entrar na disputa pelo mercado de meios de pagamentos por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp.
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Segundo ele, o serviço será prestado em parceria com empresas locais como Banco do Brasil, Cielo, Nubank e Sicredi. Ele não informou, mas o Facebook está fazendo também um parceria com a gigante VISA que deve entrar no projeto.
No comunicado, a gigante de cartões de crédito e débito Visa Inc. (NYSE: V) informou que os pagamentos via WhatsApp serão possíveis graças aos recursos das soluções Visa Direct, que fornece pagamentos em tempo real por meio da rede global da Visa, e ao novo recurso de segurança Visa Cloud Token, que foi lançado globalmente nesta segunda-feira em conjunto aos pagamentos pelo WhatsApp.
Zuckerberg disse que está lançando esse novo serviço de pagamentos para que as pessoas que utilizam o WhatsApp no Brasil possam fazer o envio e o recebimento de dinheiro como já faz hoje com o compartilhamento de fotos.
Para operacionalizar isso, o Facebook vai lançar também no país o Facebook Pay, que vai permitir que usuários façam pagamentos por meio de aplicativos.
O presidente executivo do Facebook disse que o Brasil é o primeiro país em que estará lançando amplamente pagamentos no WhatsApp e que mais novidades serão anuncias em breve.
Entretanto, contrário do que muita gente pensa, o Brasil não foi escolhido por acaso. Esse novo recurso de pagamentos pelo WhatsApp já havia sido testado na Índia, mas a companhia não priorizou o lançamento lá.
Por quê?
Porque apesar de a Índia ser o pais com maior número de usuários (500 milhões), o Brasil é de longe o país onde o WhatsApp foi levado ao extremo em termos de potencial de negócios.
O Brasil praticamente não usa o americano Telegram. Também está bem distante do Wechat, que é o WhatsApp da China que também elegeu o App para praticamente tudo.
No Brasil, primeiro ele se transformou em ferramenta de trabalho corporativo. Empresas começaram a trabalhar com o aplicativo antes que a companhia criasse o Business.
Depois começou a inventar coisas como vender com ajuda o WhatsApp. Mandando fotos e vídeos sobre os produtos. Finalmente, mudou o conceito de uso de escrita a base do WhatsApp para o áudio.
Sobre isso existem duas explicações interessantes. Quando a China viu o WhatsApp, rapidamente criou o WeChat para resolver um problema sério nas comunicações naquele país. O uso na escrita virtual com seus 5 mil caracteres que foi substituído pelo aplicativo que estava ancorado pela fala.
Os chineses letrados escrevem em inglês. O chinês comum nos seus dialetos. O Wechat foi desenvolvido para ser um site de voz para que qualquer pessoa usasse sem precisar escrever com os caracteres do mandarim, por exemplo.
O sucesso fez do Wechat, o WhatsApp oficial da China, inclusive com versões em dezenas de idiomas, entre eles o português do Brasil. Importante: o Wechat pertence a uma empresa que tem o governo da China como sócia.
No Brasil, o fenômeno de uso do recurso de voz foi o mesmo da China. As pessoas menos letradas passaram a usar o áudio para falar mais e não escrever.
A maioria por vergonha de escrever. Especialmente, depois que celebridades forma execradas nas redes sociais por um erro de digitação ou tempo verbal inadequado.
Entretanto, o WhatsApp também foi sendo adotado para delivery, e-commerce e até o crime organizado.
Pouca gente lembra, mas desde as primeiras sentenças prolatadas por Sergio Moro na operação Lava Jato já estão cheias de crimes praticados com a ajuda dos recursos do WhatsApp. Foi fácil para a Justiça pegar isso porque fica na memória do celular. É prova documental.
No final o aplicativo entrou na rota de fake News e foi usado como site de propagação de todo sorte de desinformação. Esse é o lado mal do WhatsApp Mas fora disso o WhatsApp entrou até na telemedicina coima covid-19.
Esse é uma aspecto interessante. Na pandemia do covid-19, o WhatsApp foi a ferramenta com a qual as empresas contaram para se incluir digitalmente, mas o Facebook não ganhou nada com isso.
As pessoas usam o WhatsApp para fazer a negociação, mas usavam o aplicativo para fechar a operação. Então, o que o Facebook está fazendo agora é, junto com a VISA e com o Banco do Brasil, Cielo, Nubank e Sicredi transformá-lo em meio de pagamento. E entrar na sala de negociação. Ou seja, o Facebook agora vai ganhar dinheiro e não apenas ajudar a ser o veículo de negócios
Isso explica por que Zuckerberg, o serviço também estará disponível para pequenas empresas, que poderão fazer vendas diretamente pelo WhatsApp. "Facilitar o envio e recebimento de dinheiro não poderia ser mais importante em um momento como esse”.
“Pequenas empresas são fundamentais para o país. A capacidade de realizar vendas com facilidade no WhatsApp ajudará os empresários a se adaptarem à economia digital, além de apoiar o crescimento e a recuperação financeira.”
Na sua nota oficial divulgada segunda-feira, o WhatsApp em seu blog, declara a intenção da empresa é que, no futuro, o Facebook Pay possa ser usado pelos brasileiros em todos os apps da companhia – o que inclui ainda o Facebook, o Facebook Messenger e o Instagram.
Segundo o site "Link" do jornal O Estado de S. Paulo, recentemente, o Facebook lançou um serviço de lojas dentro de seu aplicativo e da rede social de fotos, que permite que comerciantes criem "vitrines" para seus produtos – nos EUA, com auxílio do Facebook Pay, também é possível pagar sem sequer sair do ecossistema da empresa de Mark Zuckerberg.
Ainda segundo o Link (www.estadao.com.br) o serviço de pagamentos do WhatsApp poderá ser usado por pessoas físicas e jurídicas. Usuários poderão transferir dinheiro para outros contatos e fazer compras sem taxas.
Já as pequenas empresas, que utilizam o WhatsApp Business (versão corporativa do app) pagarão uma taxa fixa de processamento de 3,99% para receber os pagamentos de clientes, tal como hoje já acontece no mundo do cartão de crédito.
Transferências entre pessoas só poderão ser realizadas com cartão de débito – será possível enviar até R$ 1.000 por transação, com um limite de 20 transações por dia e de R$ 5.000 por mês.
Segundo outro site especializado em tecnologia da informação, o “tilt” do jornal Folha de São Paulo, o WhatsApp está preparando novos recursos. Como poder redesenhar a área de uso de armazenamento no WhatsApp para Android - o que pode facilitar a vida de quem vive com o celular lotado por causa do mensageiro.
Também existe outras funcionalidades do dia a dia e mudanças de design em andamento. Nenhuma dessas novidades tem data para chegar aos smartphones dos usuários.
O WhatsApp ainda está desenvolvendo todas elas e pode levar um tempo até encontrar um equilíbrio para o lançamento ao público em geral. Mas antes disso o Brasil já vai usar o aplicativo como meio de pagamento sem precisar sair dele.