Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

Negacionista Governo Bolsonaro gastou R$ 633 bilhões no atendimento na covid-19 em dois anos

O negacionismo institucional liderado pelo presidente que não se vacinou, não permitirá que sua filha menor de 11 não se vacine e critica a eficiência dos imunizantes.

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Fernando Castilho

Publicado em 01/02/2022 às 7:50 | Atualizado em 01/02/2022 às 8:19
Bolsonaro defendeu o uso de medicamentos ineficazes contra a covid e criticou isolamento social - CAROLINA ANTUNES/PR

Em 2020 e 2021, o governo Jair Bolsonaro já gastou R$ 633 bilhões com as despesas relacionadas ao atendimento da covid-19.

Em dois anos, apesar de ter pagado R$ 353 bilhões como auxílio para até 65 milhões, milhões de diárias de UTI no sistema único de saúde e comprado 564 milhões de vacinas e atendeu na rede publica do SUS mais de 20 milhões de brasileiros.

O Brasil já aplicou 352 milhões das 407 milhões que distribui aos estados de vacinas e do total de 560 milhões que comprou e pagou.

Mas sua marca é do negacionismo institucional liderado pelo próprio presidente que não se vacinou, não permitirá que sua filha menor de 11 não se vacine e ainda critica a eficiência dos imunizantes abertamente e estimulou tratamentos ineficazes, fez campanha propaganda de Cloroquina, uma droga que não serve para o coronavírus e desestimula o uso de máscaras e outras medidas não farmacológicas.

Ele também apoio cientistas e médicos negacionistas que não tem respeito da comunidade médica internacional e orientou o Ministério da Saúde para uma consulta pública para analisar a eficácia de vacinas para crianças que editou uma nota equivocada que precisou ser reescrita, mas ainda assim contraditória.

No Recife, Marcelo Queiroga falou sobre autorização do uso da CoronaVac em crianças - DAY SANTOS/JC IMAGEM

O presidente também foi contestado publicamente em ao menos três vezes pelos dirigentes da OMS por difundir notícias falsas e de interpretação questionada.

Curiosamente, o seu Governo gastou em 2020, nada menos 49% mais que o orçamento federal. No ano passado, quando desenvolveu um forte programa de vacinação o Brasil gastou 10% de todas suas despesas apenas com a rubrica covid-19.

A receita total de 2021 chegou a R$ 1,932 trilhão, o que representa elevação, em termos reais, de 21,6% em comparação ao total de R$ 1,467 trilhão registrado em 2020. Foi desse total que o Governo reservou R$ 524 bilhões para pagar as despesas da covid-19.

Na contabilidade do Governo, as políticas de combate à covid-19, desde 2020, passaram a ser classificadas majoritariamente como obrigatórias. Em 2021, foram gastos R$ 124,9 bilhões. Mas o Ministério da Saúde passa a imagem de atuar contra.

Poucos países gastaram tanto com o coronavírus como o Brasil. Mas, da mesma forma que o presidente nunca fez um gesto de empatia, o Estado bancou a conta praticamente sem restrições orçamentárias. Mas há dois anos o ministério da saúde desacredita essa ação.

A situação do caixa do Governo é periclitante. Desde 2015, as despesas obrigatórias consomem a totalidade da receita líquida. Mas o governo não deixou de pagar a conta da covid-19.

No ano passado, a União ou o governo Central tiveram um déficit de R$ 35,1 bilhões. Muito menor que o estratosférico déficit de R$ 743,3 bilhões em 2020 (em valores nominais) por força das despesas da pandemia da covid-19, e os Estados tiveram o melhor resultado primário da história em 2021, com superávit de R$ 97,694 bilhões (1,13% do PIB).

Foi com essa conta de azul nos números dos Estados e de vermelho nos da União que chegamos ao primeiro superávit desde 2014, último ano do primeiro governo Dilma. Com esse número o Brasil registrou m superávit primário de R$ 64,7 bilhões (0,75% do PIB), onde estão embutidos números expressivos.

Num ano em que a economia se recuperou parcialmente do tombo em 2020 o debate negacionista por parte do Governo dominou as ações do Governo. O atendimento provocou um déficit de 9,41% de 2020 para 0,41% ano passado.

Tivemos melhora nos indicadores macroeconômicos que turbinaram a arrecadação, produção industrial (+ 5,6%), venda de bens (+ 5,1%), venda de serviços (+9,5%) e valor em dólar das importações (+ 32,9%), além da melhora da arrecadação disseminada por diversos setores econômicos.

O Tesouro explica que o bom resultado primário de 2021 reflete o volume de arrecadação registrado ao longo do ano e o compromisso de focalização das despesas de enfrentamento da Covid-19, além do esforço de contenção de despesas dos últimos anos, com o advento do teto dos gastos.

“Não fosse essa regra, o resultado do Governo Central poderia ser, teoricamente, inferior em quase 10 vezes, já que a meta de resultado primário do ano, com todas as compensações previstas, permitia um déficit de mais de R$ 330 bilhões”, informa o Sumário Executivo do Resultado do Tesouro Nacional de 2021.

É uma situação curiosa. O governo, por exemplo, comprou R$ 10 bilhões de vacinas da Pfizer que se tornou o principal imunizantes aplicado. Mas, deliberadamente, atrasou a compra de vacinas para crianças em 5 e 11 anos.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante o lançamento do curso de formação de multiplicadores em urgências e emergências em saúde mental. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na esteira dessa atitude, ministérios como o da Saúde que deveria liderar a estratégia de ações contra a doença com ações e declarações do próprio ministro da pasta que se tornou um caso raro de um médico que se tornou um defensor das ideias do presidente.

Ministério como da Mulher chegaram a editar notas técnicas contestando a aplicação das vacinas para as crianças o que provocou fortes reações da comunidade acadêmica.

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