Quem quiser que ache bom, mas um dia como hoje é muito ruim não ter Carnaval. Para quem é “do” Recife este sábado que inicia a festa mais aglomeradora do país tem significado especial. E não é por que daqui sai o Galo da Madrugada.
É porque fora do circuito dele existe uma festa ao menos três ou quatro vezes maior. Isso deixou de ser uma festa para ser um evento econômico. Gera renda. Muita renda.
O sábado de Carnaval para o pernambucano é motivo de chegadas e saídas. Às vezes saídas depois de um dia inteiro de frevo para descansar até a quarta-feira com a desculpa de dizer “só brinquei um dia”.
Mentira. O Carnaval para Pernambuco tem um sentido diferente das demais unidades da federação. É um fato social. Porque ele acontece fora do que o governo chama de evento oficial e dos desfiles das chamadas agremiações carnavalescas. Só precisa de uma orquestra de seis pessoas.
Esse formato sem cordas, sem fantasia e sem aquele colete nas festas fechadas produziu um movimento em vários outros estados onde alguém banca uma orquestra e faz o fato acontecer.
Por isso que esse sábado em especial é mais difícil. Ano passado, sem vacinas e com o terror da covid-19, a ideia de um Carnaval sequer foi discutida.
Mas este ano está difícil. Vacinadas as pessoas sentem o dever moral de resistir. Não é hora, tempo nem lugar. E por isso dói mais.
No fundo, tudo que o pernambucano queria era apenas um surdo e um trombone de vara. Mas vamos ter que esperar 2023.
Precisamente até o dia 18 de fevereiro.