O custo de andar de moto para o Sistema Único de Saúde do Brasil

No país que deixou de fazer campanha para direção defensiva no trânsito e onde o próprio presidente da República faz uso de motos sem capacete, a indústria de motocicletas brasileira comemora o crescimento de 28,3% na comparação com o mesmo período de 2021, cravando 139,6 mil unidades fabricadas, transformando setembro de 2022 no melhor período das montadoras de motocicletas em nove anos
Fernando Castilho
Publicado em 14/10/2022 às 3:00
Em 2021, o número de sinistros com motos no País bateu recorde, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) Foto: DIVULGAÇÃO


No país que deixou de fazer campanha para direção defensiva no trânsito e onde o próprio presidente da República faz uso de motos sem capacete, a indústria de motocicletas brasileira comemora o crescimento de 28,3% na comparação com o mesmo período de 2021, cravando 139,6 mil unidades fabricadas, transformando setembro de 2022 no melhor período das montadoras de motocicletas em nove anos.

As primeiras avaliações apontam o crescimento surpreendente decorrente da expansão dos serviços de entrega (delivery) e da demanda por soluções de transporte individual mais econômicas. A entidade revisou de 10,5% para 18,8% a previsão de crescimento da produção neste ano. Do primeiro dia do ano até setembro, a indústria de motos acumulou 1,06 milhões de unidades produzidas, o que corresponde a uma alta de 18,4%.

Festa nas concessionárias, comemoração na indústria, e uma preocupação no Sistema Único de Saúde, que ano passado gastou R$ 15,78 bilhões com despesas médicas de acidentados por motos, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Eles apontam ser no Nordeste onde os acidentes estão matando, mutilando e entregando ao INSS mais gente para ser aposentada por invalidez permanente.

O SUS gastou no Nordeste R$ 4,5 bilhões. Ficamos atrás do Sudeste (São Paulo) com R$ R$ 6,69 bilhões. Em apenas cinco anos, o Brasil gastou R$ 82,28 bilhões apenas com pessoas acidentadas por motos.

É uma despesa que não para de subir. Em 2016, o mesmo problema custou R$ 12,16 bilhões. Ou seja: o crescimento exponencial da venda de motos é diretamente proporcional ao aumento de custos no Sistema Único de Saúde em 28,91% em cinco anos.  

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) avalia que a maior presença de ciclistas nas vias brasileiras já mostra seu efeito colateral: o total de sinistros graves com ciclistas no Brasil aumentou 11% em 2021, quando comparado a 2020.

Isso acontece todo dia nas estradas brasileiras. Registros de 2020 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que, só nas rodovias brasileiras, a colisão entre veículos e bicicletas vitimou 13.648 pessoas. E 16% delas não sobreviveram. Outros 223 mil motociclistas e/ou ciclistas também sofreram queda nas pistas, com mais de 7 mil casos com desfecho fatal.

Isso não quer dizer que moto seja o veículo da morte. Não é isso. O problema está na falta de fiscalização e de campanhas educativas, inclusive, nas capitais. E como tudo que está ruim pode piorar, as empresas de aplicativos entram no transporte de passageiros por motos para compensar a queda nas viagens de automóveis.  

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, "as unidades fabris mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motocicletas porque o consumidor procura por um veículo ágil, econômico e com baixo custo de manutenção para seus deslocamentos". É verdade.

O problema é a total falta de conscientização do que é dirigir moto no Brasil de hoje. Nos números do SUS, em cinco anos, o atendimento segundo faixa etária foi de 34,50% com motociclistas com idade entre 20 e 29 anos e outros 23,68% que tinham idades entre 30 e 39 anos. Dito de outra forma: o sucesso nas vendas de motos está entregando ao INSS um exército de mutilados para serem aposentados por invalidez com um salário mínimo.

Santander vende em leilão imóvel no interior

Dia 24, às 11h, o Santander com a Frazão Leilões está vendendo em leilão três imóveis em Pernambuco: um apartamento na cidade de Gravatá, com 70 m2 de área útil e lance inicial de R$ 68,7 mil. Outro em Surubim, com 102 m2 e lance de R$ 135,6 mil e outro em Pesqueira, uma casa de 160 m2 de área com lance a partir de R$ 90,7 mil.

Encontro Online de Perícia Contábil

Hoje pela manhã, o Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco, realiza o 3º Encontro Pernambucano Online de Perícia Contábil. Conversa sobre perícia contábil na prestação de contas eleitorais; em planos de saúde e a perícia contábil e a obediência aos valores da governança corporativa. No YouTude do CRC-PE www.crcpe.org.br.

Festa para o pão, um negócio de R$ 105 bilhões

Domingo é o Dia Mundial do Pão. Negócio de 70 mil padarias espalhadas pelo Brasil. Em 2021, o mercado de panificação e confeitaria faturou R$ 105,85 bilhões no país, um crescimento de 15,3% em relação a 2020, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), que estima que 40 milhões de brasileiros entrem em padarias todos os dias para comprar pão.

Noronha terá energia solar gerada em açude

Por R$ 10 milhões, a Neoenergia Pernambuco vai realizar a implantação do primeiro sistema solar flutuante em espelho d'água no Açude de Xaréu, em Fernando de Noronha. Terá potência instalada de 630 kWp, e capacidade de gerar 1.238 MWh, ocupando uma área de seis mil metros quadrados, substituindo parte dos 80% da energia produzida por geradores a diesel na ilha. A Compesa usa 14% da energia de Fernando de Noronha.

 

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