O que têm em comum Juliana Paes, Sasha Meneghel, Murilo Rosa e o ex-jogador Luis Fabiano do São Paulo? Os quatro foram vítimas de um velho golpe financeiro que apesar de ter mais de 100 anos, continua sendo aplicado: a pirâmide financeira que à medida em que o tempo passa, ela vai incorporando novos nomes, adotando novas tecnologias, mas que no fundo é um apenas um jogo previsivelmente não sustentável que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas.
Pouca gente sabe, mas o nome oficial dela é Pirâmide de Ponzi, por ter sido criada por um emigrado italiano. Supõe-se que ele tenha chegado aos Estados Unidos na década de 1910 e ao que se sabe o primeiro a aplicar o golpe em Nova Iorque.
Charles Ponzi era um tipo bonitão, boa conversa, sempre impecavelmente bem vestido e desenvolveu o sistema que se baseia numa fórmula matemática bem conhecida.
O princípio é que o criador do esquema esteja no primeiro nível. Ele convida 10 pessoas para investir num produto financeiro que começa no segundo nível.
O sujeito diz que paga um valor acima do mercado financeiro e pode mesmo começar sem R$ 1. Mas se diz que o investimento é de R$ 10 mil facilmente consegue R$ 100 mil em capital porque R$ 10 mil de 10 pessoas completa o segundo nível.
A conversa de remuneração prossegue que, a partir daí, a tese é que os entrantes (do segundo nível) recrutem mais 10 pessoas prometendo participação maior nos lucros. Quando o terceiro nível se completa ou seja possui 100 pessoas, e o patrimônio total de quem criou a pirâmide chegou a R$ 1,1 milhão.
Ou seja, eu disse que tinha R$ 10 mil e 10 pessoas confiaram no líder do projeto. Elas me deram cada uma, R$ 10 mil e elas próprias acharam, cada uma, outras 10 pessoas que também apostaram colocando na conta dinheiro real numa aplicação que não existe.
Mas sempre existe uma questão: Então, por que as pessoas acreditam nisso?
Em primeiro lugar porque deixam florescer um dos mais temidos sentimentos do ser humano: a ganância, que é a ambição excessiva e exaltada de dinheiro, bens ou outras riquezas.
Na Bíblia, a ganância é um pecado sério que deve estar fora da vida cristã condenado em 39 versículos entre eles. Timóteo 6:10, em Provérbios 23:4 em Mateus 6:24, o mais radical que diz o homem não pode servir a Deus e a Menon (Dinheiro).
Calma, não devemos condenar Juliana Paes, Sasha Meneghel, Murilo Rosa e o ex-jogador Luis Fabiano ao fogo do inferno. No mundo terreno, eles foram simplesmente vítimas de mais um espertalhão.
Por isso uma coisa que todo investidor deve saber é que não existe isso de uma aplicação se multiplicar por 10 ou 100 em poucos dias ou meses.
Mesmo no mercado de ações, os super ganhos decorrem de fatos inesperados e habilidade do investidor profissional e, essencialmente, de paciência. Isso explica a velha lição da Bolsa de comprar, se possível, na baixa e esperar pelos dividendos. Ou como dizem os velhos investidores das bolsas ao redor do mundo. A melhor empresa para se investir é aquela todo ano paga bons dividendos.
O problema é que todo dia tem alguém oferecendo um "negócio da China" para um desavisado perder dinheiro.
Quem procurar na internet vai conhecer a história dos três maiores golpes de pirâmides do Brasil: TelexFree, Avestruz Master e Fazendas Reunidas Boi Gordo. O caso da TelexFree é o mais famoso. Ela prometia 200% a 250% de lucro e chegou a patrocinar o clube de futebol Botafogo em 2014. Quando quebrou tinha um buraco de US$ 3 bilhões.
Certamente o mais curioso foi a Avestruz Master esquema de pirâmide que ocorreu em 2005 cujo dono convenceu 50 mil investidores que carne e ovos de avestruz rendiam mais do que ouro, Jerson Maciel da Silva andava com uma mala de dinheiro pelo Brasil com gente correndo atrás dele para aplicar nas fazendas que ele dizia existir.
O curioso da pirâmide é que ela incorpora tecnologia, o telex, o computador e a internet ajudaram a que os golpistas criassem “produtos! Sem dizer que era pirâmide já que aqui no Brasil é crime contra a economia popular, previsto na Lei nº 1.521/51.
Na verdade, ganhar dinheiro numa pirâmide financeira é quase impossível (salvo se o aplicador foi o criador da corrente). Por que para sustentar o negócio não é a venda de um produto ou serviço, e sim a adesão de novas pessoas no esquema que, ao entrar, precisam realizar um aporte financeiro.
Muitos golpistas que estudaram o modelo adotam estratégias de marketing bem interessantes, fazendo o pagamento da rentabilidade das aplicações (mantendo o investimento do aplicador) de modo que ele propague que recebeu parte do aplicou apenas como dividendos.
A nova série de pirâmides tem algumas coisas modernas como dizer que aplica em fundos family office que são fundos do patrimônio de famílias abastadas cujo dinheiro é gerido por profissionais altamente treinados.
Ou criptomoeda que atrai muita gente pelo charme de ser um novo investimento totalmente digital. Investir em criptomoedas é uma coisa. Os grandes bancos já tem carteiras de criptomoedas.
Outra coisa é dizer que investe em criptomoedas e nunca ter comprado um bitcoin ou umb Ethereum ou um Tether que são as três grandes estrelas do mercado digital.
Ou seja: vender uma aplicação que já é de alto risco sem ter sequer comprado ela. Como aconteceu com o empresário brasileiro Patrick Abrahão, empresário brasileiro casado com a cantora Perlla, foi preso na manhã desta quarta-feira (19) pela Polícia Federal por sua atuação na pirâmide financeira Trust Investing que ate comprava bitcoin. Mas nunca no volume de R$ 4 bilhões que ele pode ter recebido dos incautos.
No fundo, seja um famoso, ou seja, uma pessoa que tenha amealhado uma pequena quantidade de dinheiro. A melhor recomendação é procurar as corretoras de valores mobiliários e se informar com profissionais. Se possível aqueles que cuidam de gente que é rica há muito tempo.
É verdade que como se viu no filme O dinheiro nunca dorme estrelado por Michael Douglas que novamente interpreta o especulador Gordon Gekko, Mas isso não que dizer que ele trabalhe para você junto com espertalhões que nunca operaram na Bolsa.