Há uma enorme dose de irresponsabilidade de alguns grupos de caminhoneiros com incentivo de proto-deputados que sinalizam algum apoio às ações de bloqueios de estradas em protesto contra a decisão do eleitor que elegeu como próximo presidente o ex-presidente Lula.
Desde a greve de 2018, no governo Michel Temer, que grupos de caminhoneiros autônomos tentam esse tipo de protesto ou pura interdição de pistas na tentativa de chamar atenção para os problemas da categoria, que nunca conseguiu se organizar a despeitos de muita gente ter se aproveitado e alguns até obterem sucesso na vida pública.
O que eles insistem em não perceber é que o negócio transporte rodoviário autônomo está em extinção. Já virou residual, embora seja fácil para qualquer grupo de ao menos três participantes travar uma estrada. Mas daí a achar que é um movimento de trabalhadores há uma avenida de distância.
O mercado mudou, as empresas adquiriram suas frotas, o agronegócio tem sua frota própria, que leva milho e soja e traz fertilizantes, e até o setor de postos agora tem sua frota própria. Sobrou a sub-contratação e algum frete residual.
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CAMINHONEIROS NA ILEGALIDADE
Sem liderança, sem pauta trabalhista e sem mercado, sobrou a ilegalidade. Os caminhoneiros autônomos já povoaram o inconsciente coletivo dos brasileiros sobre uma vida livre na estrada.
Mas isso é passado. E quando decidem por protestos políticos, perdem o respeito e a última referência positiva de uma categoria que um dia foi estratégica para o Brasil.