O Grupo João Santos, representado inicialmente por mais de 40 empresas, ajuizou e obteve na manhã desta sexta-feira (23) um pedido de recuperação judicial na Comarca do Recife, sede de sua administração.
A Recuperação foi deferida pelo juiz Marcus Vinicius Barbosa de Alencar Luz. O grupo já foi o 2º maior fabricante de cimento no país, Cimento Nassau, e um dos maiores do mundo, mantendo ainda atividades em diversos outros segmentos econômicos.
Neste ano, o Grupo João Santos passou por uma profunda reestruturação em sua direção executiva, tendo sido assumida por dois profissionais de mercado, iniciando um novo ciclo nesse que é um dos mais tradicionais grupos empresariais do país.
Segundo o diretor Paulo Narcelio, “tal medida vem ao encontro da necessidade de organização, método e transparência que a nova gestão, iniciada há cerca de 4 meses, vem trazendo na condução dos negócios do Grupo”.
O diretor Guilherme Rocha destaca “a importância do Grupo João Santos para a economia pernambucana e nacional, e que, com os ajustes de diretrizes e o apoio dos agentes envolvidos, o Grupo retomará a posição de destaque que já teve no cenário nacional.”
A análise de viabilidade econômica de retomada do funcionamento de plantas industriais e segmentos de atuação está contando com a coordenação da consultoria internacional Delloite Touche.
O diretor da área de reestruturação de empresas, Luis Vasco, aponta que em relação ao processo “confia plenamente no seu êxito e no seu sucesso junto aos demais stakeholders”.
Para a condução do processo judicial foi contratado o escritório Matos Advogados, liderado por Gustavo Matos, seu sócio fundador, que se mostra “bastante confiante na eficácia que as modernas ferramentas acessíveis a partir de um ambiente concursal trazido pela Recuperação Judicial trará para o breve seguimento do grupo.”
Atuando em paralelo ao escritório de advocacia, na condução da reestruturação econômico-financeira, a PPK Consultoria, liderada pelo economista e sócio-fundador, João Rogerio Alves Filho, destaca que “a recuperação judicial servirá ao Grupo João Santos como um pilar estratégico para revisão de viabilidade de todos os suas unidades de negócios, podendo-se, a partir de operações estruturadas, aumentar significativamente o valor dos ativos detidos pelo Grupo, garantindo assim a viabilidade e modernização tecnológica de unidades de negócios mais competitivas”.
O Grupo João Santos tem atualmente um faturamento próximo a R$ 1 bilhão e detém um passivo reconhecido no pedido de recuperação judicial de R$ 13 bilhões. O Grupo mantém diversas operações em atividade, gerando aproximadamente 4.250 empregos diretos.
Grupo João Santos
O Grupo iniciou suas atividades no segmento sucroalcooleiro em 1934, na cidade de Goiana, em Pernambuco, ampliando os segmentos de atuação a partir de 1951 com a fundação da fábrica de Cimento Nassau, marca reconhecida nacionalmente.
Anos depois, mais cinco fábricas foram incorporadas nos estados do Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Espírito Santo. Outros segmentos de atuação são celulose, agronegócios, comunicação e serviços como taxi aéreo e logística.