O ministro da Casa Civil, Rui Costa, desautorizou seu colega Carlos Luppi, que na terça-feira, ao assumir o Ministério da Previdência, defendeu uma revisão das mudanças aprovadas em 2019, que chamou de antirreforma. Costa a pedido de Lula disse o Governo não estuda nenhuma proposta para alterar a reforma da Previdência.
Até as emas do Palácio da Alvorada sabem que Carlos Luppi -0 cuja atividade empresarial se resumiu a uma banca de revista no Rio de Janeiro - não tem condições de ser ministro da Previdência, apesar de ele desde o começo da campanha pedir isso a Lula. E as emas também sabem que se Lula queria dar um ministério ao PDT o nome certo deveria ser Wolnei Queiroz que, aliás, será o secretário executivo da pasta.
Mas Luppi bateu o pé e disse que ele queira ser o ministro. Entrou na cota partidária e já na saída conseguiu pegar uma briga com todo mundo irritando a Lula que já de manhã cedo mandou Rui Costa dizer que esqueça esse negócio de rever a Reforma da Previdência.
Hoje, analistas já avaliam que a reforma tornou mais dificil a vida do trabalhador do setor privado depois que se aposenta. Este ano, por exemplo, haverá um novo degrau de dificuldade para o trabalhador se aposentar por tempo de serviço. E depois tem a questão das pensionistas.
O nível de corte da renda das viúvas é tão alto que a maioria fica recebendo um salário mínimo quando o marido morre depoisa de ter contribuido pelo teto a vida toda. Esse é um ponto importante que os especialistas acham que deve mudar mesmo. Mas o problema é o déficit da Previdência que perdeu receitas por força do fraco crescimento da economia durante e depois da pandemia da covid-19.
Aí chega Carlos Luppi que, sequer leu os números do balanço mensal do INSS disponível na internet, e diz que não existe déficit. Existe. E está subindo mês a mês porque tem um problema sério de arrecadação.
Quando se observa o nível de trabalhadores que estão com carteira assinadas, a predominância é de gente com um salário mínimo chegando a dois. Mesmo com a melhoria da escolaridade do trabalhador, o nível de recolhimento pelo teto (R$ 828,38) não supre as despesas.
Os técnicos do setor e analistas afirmam que o déficit da Previdência que até novembro foi de R$ 267,91 bilhões será um problema muito grave já em 2026 porque o Governo vai ter que colocar, ao menos, R$ 500 milhões para cobri-lo.
Com envelhecimento da população segundo dados do INSS de 2021 dos 37.555.297 de segurados, ao menos 5.094.428 são pagamentos a pessoas idosas (2.333.465) e mais 2.760.824 de pessoas com deficiência que estai aparadas pela legislação da constituição de 1987.
Isso sem falar nos 3.264.395 aposentados por invalidez, a maioria jovens vitimas de acidentes de transito. Gente que contribuiu pouco ou nada, mas que está protegido por uma aposentadoria.
Então a fala de Luppi é um desrespeito ao pessoal técnico do INSS. Se Luiz Marinho (ministor do TRabalkho) que é do PT e é sindicalista diz que não tem porque falar em revisão da reforma a previdência, não vai ser Carlos Luppi que vai falar. Virou o Regério Magri do Governo Lula.
Magri foi um sindicalista do ABC que ficou conhecido por falar demais no Governo de FHC quando disse que cachorro também é gente.