Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

Redes de varejo brasileiras querem que Receita fiscalize importações das asiáticas Shein, Shopee e Alibaba

O IDC representa varejistas 71 associados, basicamente grupos líderes de mercado como Marisa, Renner, C&A - todos eles com negócios afetados pela importação de vestuário pelos marketplaces.

Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 12/07/2023 às 8:10
Remessa de pacotes vindos da China. - Divulgação

O Instituto do Desenvolvimento do Varejo está pedindo a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, e os Correios que apenas execute os rigores da lei ao fiscalizar a partir de 1º de agosto as importações que as plataformas asiáticas façam no Brasil.

Segundo essas normas através do mecanismo o “Remessa Conforme” as importadoras devem seguir um conjunto de normas especialmente o envio de dados das remessas antecipadamente aos Correios para saber quem está enviando o produto e o valor .

O IDC representa varejistas 71 associados, basicamente grupos líderes de mercado como Marisa, Renner, C&A - todos eles com negócios afetados pela importação de vestuário pelos marketplaces — e outras como Magazine Luiza, Casas Bahia e Petz. São 71 associados, basicamente grupos líderes de mercado.

A diferença entre o serviço atual e o que determina a adequação ao Remessa Conforme é que a partir de agosto deixa de existir o frade de uso pelas plataformas de CPFs fantasma pelo CNPJ das empresas importadoras que não precisam pagar os impostos de importação se eles forma abaixo de US$ 50.

A desconfiança do IDV é se os produtos que estarão sendo legalmente importados estarão mesmo produtos com valores de até US$ 50 e por isso querem que haja uma maior fiscalização.

O IDV avalia que a situação criada pelo governo federal com a publicação da Portaria MF nº 612/2023 é extremamente grave, uma vez que reduz a alíquota do Imposto de Importação para zero por cento a partir de 1º de agosto.

E que essa medida está causando preocupação no setor, que se prepara para uma onda de demissões e fechamentos de lojas, penalizando as empresas nacionais, de todos os portes, que geram empregos formais e pagam seus impostos. O setor não descarta que haverá demissões em toda a cadeia.

É uma forma de se contrapor ao discurso do Governo de que as plataformas asiáticas vai seguir os procedimentos do “Remessa Conforme” como elas anunciaram num encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad quando também revelaram a disposição de passar a vender produtos fabricados no Brasil.

O IDV tem sérias dúvidas sobre se todas as etapas serão seguidas mesmo e diz que enquanto uma compra feita por meio de plataforma digital de venda cross-border será tributada em 17%, a indústria e o comércio brasileiros continuarão sujeitos a uma carga fiscal que varia de 80% a 130% em toda a sua cadeia produtiva e de distribuição.

O que o IDV está pedindo é que a Secretaria Nacional do Consumidor faça a fiscalização com rigor atuando junto aos correios que é o veículo de distribuição das plataformas.

Na prática, o que acontece nos galpões de distribuição dos Correios é que a empresa - que tem um serviço que cuida de todo o processo de recepção após desembaraço - faz a entrega os volume na ponta através de sua rede de entregas. Empresas como a Shein, Alibba e Shoppe usam essa rede intensamente porque os Correios têm a capilaridade necessária para as entregas.

Isso permite as plataformas enviem para os depósitos dos correios contêineres com 20 ou 30 mil pacotes que são entregues a partir da leitura de código de endereçamento postal. O serviço virou uma das fontes de receitas dos Correios.

O Instituto de Desenvolvimento do Varejo quer que a empresa estatal adote mecanismos eficazes de prevenção de importações de remessas fraudadas ou ilícitas enquanto pressiona para que a indústria e o comércio brasileiros sejam tratados com igualdade

Isso permitir que as facilidades e benefícios fiscais concedidos às plataformas digitais de vendas internacionais sejam aplicados também internamente. E estima que esse importação disfarçada fizesse com que nos últimos cinco anos deixassem de ser recolhido aos cofres brasileiros aproximadamente R$ 137,7 bilhões.

Na ação de cobrara rigor no cumprimento da lei o IDV pediu aos Correios, com base na lei de acesso à informação, de 2011, que, em até 20 dias, sejam informados dados sobre operações de importação (“cross border”) nos últimos cinco anos, como informações do país de origem, número de pacotes, entre outros.

Tags

Autor

Webstories

últimas

VER MAIS