Está começando um novo embate entre a indústria automobilística no Brasil com os produtores de biodiesel na defesa de um produto de melhor qualidade e os revendedores que se queixam da péssima qualidade do produto que hoje é misturado ao diesel produzido pela Petrobras.
É que numa ação articulada na ANP, um conjunto de entidades lideradas pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis com apoio do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás conseguiu que após 18 anos permitir a importação de biodiesel até então o único combustível de origem renovável ou fóssil que tinha a sua importação vedada no Brasil.
Mistura obrigatória
A ANP permitiu que o biodiesel importado, que poderá compor a mistura obrigatória com óleo diesel fóssil, esteja limitado a 20% da demanda, abrindo o mercado para a promoção da competição e continuidade da abertura deste mercado a outras fontes de suprimento.
A importação do biodiesel abre um debate e um embate do setor que vende combustível para veículos pesados e o lobby dos produtores de óleo de soja que este ano conseguiram elevar a mistura de 10% para 12% a partir de 2024 devendo chegar a 15% em 2026.
Diesel ruim
O problema é que o biodiesel feito no Brasil é de péssima qualidade e frequentemente relacionado à redução do desempenho dos veículos, especialmente os novos caminhões que vem com tecnologia de ponta no motores que com a mistura acabam não rendendo o que rendem na Europa. É um caso curioso. Um motor de tecnologia Euro 6 que é obrigado a usar um combustível cujo processo de produção vem dos anos 90 do século passado.
A importação autorizada pela ANP pegou o setor produtor de diesel de soja numa articulação para que a mistura chegasse a 25% criando um espetacular mercado para um produto que está longe de ajudar no discurso de descarbonização.
Oficialmente as importadoras afirmam que a importação de 20% do biodiesel demandado só acontecerá se for conveniente para os produtores nacionais, considerando a elevada disponibilidade de matérias-primas e mão de obra nacional e que ela representa para os produtores nacionais um incentivo para realização de investimentos na busca contínua pela melhoria da qualidade do produto e que a ANP buscou estabelecer um mercado mais isonômico, livre e competitivo.N
Novo mercado
Pode ser. Mas imagina isso para um setor que se aproximou do governo e conseguiu quase que aumentar seu mercado em 50% até 2026 e que agora terá que dividir com um produto melhor? A única coisa boa nisso é que com a importação abre-se a possibilidade de os veículos a diesel terem um produto melhor para misturar a diesel produzido pela Petrobras.
Quem vai pagar
Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que, para descarbonizar a indústria brasileira, serão necessários ao menos R$40 bilhões até 2050. O custo de R$40 bilhões foi obtido a partir da revisão de estudos feitos nos últimos anos no Brasil e a partir de consultas a especialistas de cada segmento industrial. A CNI quer saber como com elevado custo de capital no país, combinado com o chamado “Custo Brasil”, será possível financiar os investimentos em novas tecnologias e processos de produção mais limpos especialmente elevados?
País do automóvel
Relatório divulgado pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) mostra que nos onze primeiros meses de 2023, foram vendidos mais de 13,06 milhões de veículos semi-novos e usados. Os modelos mais procurados pelos consumidores no décimo primeiro mês do ano são o Volkswagen Gol (60.543 unidades vendidas); o Fiat Uno (33.613) e o Fiat Palio (32.366).
Pista de Noronha
O governo de Pernambuco programa a partir de fevereiro, a realização dos serviços de pavimentação do eixo central da pista e cabeceiras do Aeroporto de Fernando de Noronha. Será feita a fresagem da pista de pouso e decolagem, com largura de 18 metros, com a execução de reparos e recomposição asfáltica em toda a faixa central da pista. Se tudo der certo, a recuperação dos pavimentos do Aeroporto de Fernando de Noronha será finalizada no final de março. Mas a volta de pouso de jato só em agosto de 2024.
Fim da Black Friday
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs mostra que a Black Friday não impactou positivamente o pequeno e médio varejo este ano e também não impactou a economia brasileira com relevância. O índice mostrou que o comércio se mostrou apenas 0,7% acima da média de outubro de 2023.
Compra de Natal
Faz sentido. Um outro estudo feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) mostra que as vendas do e-commerce devem atingir os R$17,9 bilhões, entre os dias 20 e 25 de dezembro. O número representa aumento de 3,32% em relação ao mesmo período de 2022, que foi de R$17,32 bilhões.