Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

Governo Lula quer mudar perfil da indústria brasileira com orçamento de R$ 300 bilhões previsto para três anos

Governo Lula anuncia finaicamentos para ajudar indústria a se modernizar e ser competitiva globalmente.

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Publicado em 23/01/2024 às 0:05
Lula lança a nova Politica Industral Brasileira na Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto
Lula lança a nova Politica Industral Brasileira na Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto - Foto: Ricardo Stuckert / PR

A sabedoria popular diz que quando o sujeito teima com uma coisa, morre com ela. E isso pode ser dito do que o governo chama de Nova Indústria Brasileira (NIB) um ajuntamento de ideias que prevê investimentos da ordem de R$300 bilhões até 2026 para promover a reindustrialização do país, com foco na sustentabilidade e inovação, além da geração de empregos.

O governo Lula teima em querer fazer em dois ou três anos aquilo que os países desenvolvidos fizeram duas ou três décadas depois que escolherem onde queriam ser bons de fato.

Pouco dinheiro

Bom. Não é dinheiro novo, até porque o governo não tem dinheiro. O ministro Geraldo Alckmin pegou os R$ 106 bilhões que ele mesmo anuncia na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), em julho e juntou com outros R$ 194 bilhões de várias rubricas do orçamento de 2024 "provenientes de diferentes fontes de recursos" e deu um redirecionamento.

Qualquer pessoa razoavelmente informada sabe que, ainda que fosse recursos novos, R$300 bilhões em três anos não dá para fazer muita coisa.

Ninguém acredita

Daí porque a reação no mercado e de dezenas e dezenas de economistas foi ruim porque esse foi mais um daqueles projetos para atender às reclamações do pessoal da Fiesp que como se sabe não lidera mais o setor industrial no Brasil. Mas tem acesso direto ao governo.

O problema parte da ideia de um Brasil que tem que fabricar tudo e ser competitivo em tudo. Como se isso fosse moderno. Não é. O mundo industrial hoje está nichado e nenhum país conquista mercado em tudo. Mas vai dizer isso a Aloizio Mercadante?

Misturando dados

O problema é que o Governo pega realidades específicas para aplicar no geral. Por exemplo, a ideia de garantir o fortalecimento das cadeias agroindustriais, com a meta de fazer com que 70% dos estabelecimentos dedicados à agricultura familiar sejam mecanizados - atualmente, apenas 18%.

Ora, esses 18% são do agronegócio, que hoje é o maior comprador de serviços de TI e está começando a usar inteligência artificial para plantar milho, soja e algodão. Há uma distância colossal que se chama agricultura familiar no Nordeste com o mesmo termo de uma família produtora de commodities no Centro Oeste e Sudeste. De onde saiu esse 70%?

Ter toda a cadeia?

Tem mais: fortalecimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde para produção de medicamentos, vacinas, insumos, equipamentos e dispositivos médicos no país de 42% para 70%. Alguém perguntou ao setor se ele pode fazer tudo isso? O Brasil compra equipamentos do Japão, Alemanha e China.

O insumo vem da Índia que se especializou nisso e segurou a barra na pandemia. Não dá para ser competitivo em uma lista tão grande. E para finalizar quantas empresas o Brasil tem capazes e fazer 70% aqui?

Chips do Brasil

E como papel aguenta tudo o projeto fala em triplicar a participação em Taiwan na produção nacional nos segmentos das novas tecnologias. A intenção é investir no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores.

Ah quer dizer que o Brasil quer ser líder em chips? Ninguém falou da briga dos chineses com Taiwan exatamente pelo controle de Pequim sobre a produção de chips?

Palavra da moda

E aí fica aquela pergunta: será que alguém acha que poderemos fazer "A transição para a economia verde exige a participação do Estado," com R$300 bilhões como diz o presidente do BNDES Aloizio Mercadante? E com todos os gargalos que a indústria tem para produzir no Brasil. A começar pelas garantias que tem que dar na hora de pedir um empréstimo no banco.

Ação do MPF

Nesta segunda-feira (22) o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 26 integrantes do Grupo Nassau, entre eles os sócios majoritários do grupo, os irmãos Fernando João Pereira dos Santos e José Bernardino Pereira dos Santos. Segundo o MPF, os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2014 e 2019. O MPF apresentou à Justiça Federal outras quatro denúncias relacionadas à Operação.

Ótica Visão 50

A rede Ótica Visão comemora 50 anos de mercado com um evento neste sábado (27), na Di Branco do Recife Antigo. A empresa é liderada pelo casal de empresários Valmir e Janice Lima que abriram em 1974 a primeira loja em Timbaúba. A Visão tem 11 lojas e um moderno laboratório próprio equipado com alta tecnologia de serviços óticos.

Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste atingiu a marca de R 13 bilhões em patrimônio líquido de fundos de investimento sob gestão. O crescimento de 44,9% no total de ativos geridos pelo banco, em 2023, é maior do que o alcançado pela indústria dos fundos de investimento, que foi de 11,5% no ano, segundo dados Anbima.

Minancora

A icônica marca Minancora começa 2024 com renovação, revelando sua nova logomarca que incorpora uma série de transformações significativas refletindo o comprometimento da empresa com a qualidade e a modernização de sua imagem. O foco recai sobre a icônica deusa Minerva que se tornou o símbolo marcante da marca.

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