Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

Biticoin chega a US$1 trilhão, mas analistas não recomendam comprar a criptomoeda como investimento

Mercado de criptomoedas estima que a quantidade máxima de emissões de 21 milhões se dará em até 2144

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Fernando Castilho

Publicado em 17/02/2024 às 0:05 | Atualizado em 17/02/2024 às 13:16
O bitcoin foi o pioneiro ativo digital minerado por computador no que depois veio a ser chamado de criptomoedas. - Foto: Reprodução

Na última quinta-feira (15), o Bitcoin (BTC) ultrapassou a marca dos US$52 mil, ou R$257,920 por unidade, levando o mercado de criptomoedas a bater US$1 trilhão em capitalização pela primeira vez desde abril de 2021. O valor é quase metade do PIB do Brasil, ano passado, estimado pelo FMI em US $2,081 trilhões.

Esse ativo digital vem sendo muito alavancado este ano, principalmente pelos chamados Exchange Traded Funds (ETFs) spot , sigla em inglês de fundo de investimentos negociado em bolsa que segue o preço do bitcoin cuja regulamentação foi aprovada, no último dia 10 pela Securities and Exchange Commission (SEC) instituição que inspirou a nossa Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Hermano Menezes, Diretor da Multinvest que tem sede em Pernambuco. - DIVULGAÇÃO

Não é investimento

Curiosamente, nenhum banco de grande porte faz operações com o Bitcoin. Na verdade, a maioria esmagadora dos analistas e investimentos e consultores financeiros não recomendam aos seus clientes ou gestores de fortunas a aplicação nessa criptomoeda, como explica, Hermano Menezes,diretor da gestora de recursos, Multinvest Capital: “Primeiro porque é moeda e não investimento. Deve ser usada prioritariamente como meio de pagamento de transações e não apenas especular em aumento de preço.Segundo porque ainda não está totalmente pela CVM.

Charles Susskind, sócio da CMS Invest - Divulgação

O que rende tanto?

Essa é a mesma opinião de Charles Meyer Susskind, fundador e sócio da CMS Invest, para quem o bitcoin segue sendo uma incógnita, diz o executivo.

“A ideia, diz Susskind – líder de um dos grandes escritórios ligados à XP Investimentos no Brasil e com operação em Pernambuco - “obviamente é transformacional. Tanto que a tecnologia de blockchain vem dominando diversas áreas, especialmente as de contratos, eliminando uma série de custos e gerando segurança. Mas a moeda digital ainda nos parece um movimento muito mais especulativo do que racional. Qual outra moeda global tem valorizações de 100%, 200% em períodos tão curtos como as criptos?” Indaga.

Faz sentido. Uma das coisas que mais intriga os gestores de fortunas é o fato de que o bitcoin ser um arquivo digital gerado em super computadores cuja quantidade hoje está em torno de 18,5 milhões e que, segundo previsões, sua quantidade máxima de emissões de 21 milhões se dará em até 2144. O mercado de cripto também entende que mais de 90% dos bitcoins já foram emitidos, daí porque ele passou a ter valor pois sabe-se que, no máximo, estão sendo minerados 1.800 bitcoin por dia.

Surge fato novo 

Mas existe um fato novo. A decisão da poderosa SEC americana que aceitou onze pedidos de gestoras para o lançamento de ETFs de bitcoin à vista, que já estão sendo negociados na Nasdaq, New York Stock Exchange (NYSE) e Chicago Board Options Exchange (CBOE). E aí se criou um novo cenário que muito analista ainda olha atravessado.

Mesmo que na Bolsa de Valores do Brasil (B3) já estejam listados 13 ETFs associados a cripto ativos, segundo informações do próprio site da Bolsa brasileira, a maioria sob gestão da Hash De, uma das 11 empresas que teve autorização da SEC .

Edísio Pereira Neto, CEO da fintech, Zro Bank - DIVULGAÇÃO

Certificado digital

No mundo real de finanças um ETF de bitcoin é, em linhas gerais, um fundo que permite aos investidores exposição aos movimentos de preço do bitcoin, sem precisar negociá-lo diretamente em uma casa de câmbio que aceite criptomoedas. Dessa forma, este investimento acompanhará o desempenho do bitcoin ao longo do tempo. Risco de perder dinheiro? Muito. Mas tem gente que aposta muito.

Edísio Pereira Neto, criador e CEO do ZRO Bank, uma fintech que, em 2023, atingiu a marca de R$23 bilhões em transações realizadas em sua plataforma de criptomoedas e PIX destinada a clientes institucionais diz que a compra de criptoativos deve ser para diversificar o portfólio de investimentos das pessoas e de empresas. “Obviamente é um investimento de alto risco, apesar de nos últimos anos ele vir sempre acumulando alta. Mas é um investimento que tem um alto risco”.

Ele afirma que faz recomendação de aplicação em criptomoedas. Tanto as pessoas quanto as empresas. O que nós orientamos é que sigam a clássica norma de não se expor em mais do que 5% do seu portfólio de investimentos. E que procure investir o recurso que não esteja ligado a uma possível necessidade de curto prazo porque a oscilação pode ser grande. E que comece e continue principalmente o Bitcoin que continua em alta.

Custo do Compaz

Projeto premiado pela ONU, dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e excelência no serviço público, os Centros Comunitários da Paz (Compaz) criados em 2016, não custam barato. Além da modernidade dos prédios (serão sete até final do ano) eles já exigem R$54 milhões do orçamento da Prefeitura da Cidade do Recife. Mas compensam pelas entregas.

Dia do jogo

Hoje é o Dia Internacional do Jogo Responsável e o Aposta Legal Brasil divulga mapeamento sobre as práticas de jogo responsável e da saúde mental dos apostadores no Brasil: 67% dos brasileiros se consideram que são responsáveis na hora de jogar; menos da metade (43%) diz procurar plataformas seguras e confiáveis; apenas 42% definem um orçamento para apostar e 20% limitam o tempo diário para jogar.

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