Em solenidade ao mesmo tempo de continuidade e ruptura, de reforço às tradições e inaugural, o ativista, ambientalista e filósofo Ailton Krenak tomou posse na sexta-feira, 5, na cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o historiador José Murilo de Carvalho, que faleceu no ano passado. Prestigiado por ministros do governo Lula, o ex-assessor especial dos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas Gerais, reafirmou em seu discurso a pluralidade dos povos indígenas, e sua representatividade para a formação cultural e social do país.
Doutor Honoris Causa em três universidades (UnB, UFMG e UFJF), Krenak recebeu o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano em 2020. Fundador da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas, foi eleito para a Academia Mineira de Letras em 2022. Seus livros retratam a linguagem oral, e foram traduzidos para diversos países: “Ideias para adiar o fim do mundo”, “A vida não é útil” e “Futuro ancestral” são algumas das obras do escritor, que agora, aos 70 anos, transporta sua visão de mundo – e de nação – para a ABL.
Mais importante que a Academia receber Krenak como uma reparação histórica simbólica, é o primeiro acadêmico indígena conseguir ampliar a diversidade na literatura brasileira, sem desprezo ao idioma predominante. “Eu venho para cá, um espaço da lusofonia, trazendo as línguas indígenas. Torço para que haja uma mudança na ABL, e outras diversidades étnicas que temos no Brasil também possam ganhar espaço”, disse, na ocasião. O novo integrante postula a incorporação de mais 170 línguas à Academia, além do português, realçando o valor da cultura oral para a formação dos povos.
Mais livros, mais eventos
Como uma nave-mãe de possibilidades, a imensa disponibilidade de livros no novo Centro de Distribuição da Companhia das Letras em Jaboatão dos Guararapes, município colado ao Recife, em Pernambuco, além da melhor distribuição para quase todo o Nordeste – menos a Bahia – também poderá gerar uma maior circulação dos autores da editora pela região. É o que afirma o pernambucano Max Santos, gerente de eventos da Companhia das Letras: “Vai ajudar muito a potencializar a bibliodiversidade, aumentar o número de leitores. Cresci em bienais, a Bienal de Pernambuco me formou como leitor. Tendo a oportunidade de facilitar o acesso aos livros através de um prazo menor de distribuição, um preço menor de frete, também vamos poder participar mais de feiras e festivais”. Assista ao depoimento completo de Max Santos em vídeo no Instagram @livronewsnoinsta.
Itamar na FLIC
O escritor baiano Itamar Vieira Junior, autor de “Torto arado”, com mais de 800 mil exemplares vendidos no Brasil, já confirmou presença na sétima edição da Feira Literária de Campina Grande (FLIC), de 11 a 17 de novembro. Movimento literário gratuito de caráter permanente, a FLIC realiza vários eventos na cidade paraibana, sobretudo nas escolas, ao longo do ano. Siga @flicfeira no Instagram e acompanhe as novidades.
Prêmio Claudio Willer
Estão abertas até o dia 10 de maio as inscrições para o II Prêmio Claudio Willer de Poesia, da União Brasileira de Escritores (UBE). Willer foi presidente da UBE entre 1988 e 1992, e de 2000 a 2004. “Sua figura afável, seu jeito educado e cordato, fizeram que se tornasse uma pessoa sempre muito querida, indo além do seu talento reconhecido como poeta”, diz o escritor Ricardo Ramos Filho, atual presidente da instituição. A obra vencedora será publicada pela editora Córrego. Outras informações no site www.ube.org.br.
Conto ou não conto?
Ana Helena Reis lança nesta terça, 9, em São Paulo, coletânea de contos que abordam “relações afetivas, dilemas sociais e conflitos interiores”, segundo o material de divulgação. Para a autora de “Conto ou não conto?”, a escrita é transformadora. “Criar personagens e situações de ficção é como uma catarse de tudo o que foi sendo acumulado nas minhas lembranças afetivas”. O evento será na Livraria da Travessa do Shopping Villalobos, a partir das 7 da noite. A publicação é da Paraquedas.
Antes do fim do riso
Embaixador do Brasil em Cabo Verde, Bert Jr. apresenta seu primeiro romance nesta terça, 9, em Brasília. Na obra, o riso e o humor são apontados como formas de contágio de um vírus letal, e devem ser evitados e censurados. A capital federal é a primeira parada da turnê de lançamento do livro “Antes do fim do riso”, publicado pela Oito e Meio. Em seguida o autor vai a São Paulo (18/4), Porto Alegre (20/4) e Curitiba (25/4). Em Brasília, o evento será às 7 da noite na Livraria Circulares. No Instagram: @bertjr.escritor e @circulares.livros.
A força das falas negras
A Pallas reuniu 17 autores e autoras que falam de episódios de racismo em “A força das falas negras: relatos de vidas”, livro que será lançado na quinta, 11, na Blooks de Botafogo, no Rio de Janeiro. Com organização de Sonia Rosa, a obra tem o prefácio de Renato Nogera, que afirma: “Todo relato de vida enegrecido é um exercício poderoso de descoberta e construção de identidades negadas. Todos os textos, de formas diversas, passam pela experiência da discriminação racial na sociedade brasileira”. Outras informações no site www.pallaseditora.com.br.
Grendon
Augusto Terto faz o lançamento de “Grendon: A Guerra das Duas Luas” no sábado, 13, em Campina Grande, na Paraíba. Destinada ao público juvenil, a história se passa em um continente mágico situado entre o Brasil e a África. Publicado pela Flyve, o livro é o primeiro de uma série que mescla elementos da cultura fantástica brasileira e da estrangeira. O evento de autógrafos será no Cineteatro São José, a partir das 5 da tarde. Para saber mais, acesse @augustoterto no Instagram.
Bartolomeu Campos de Queirós
Referência da literatura infantil e infantojuvenil brasileira, Bartolomeu Campos de Queirós completaria 80 anos de vida em 2024. Em sua homenagem, a Global está publicando três obras do escritor mineiro: “A Ararinha-azul”, com ilustrações de Mario Cafiero, “Sei por ouvir dizer”, obra vencedora do Jabuti, ilustrada por Suppa, e “Correspondência”, com ilustrações de Lelis. Este último foi publicado pela primeira vez em 1986, como uma declaração de amor ao Brasil e à democracia. Saiba mais no site: www.grupoeditorialglobal.com.br.
O país das mulheres
Chega ao Brasil pela Rosa dos Tempos a utopia feminista vencedora dos prêmios Casa de Las Americas e La Outra Orilla: “O país das mulheres”, da nicaraguense exilada em Madri, Gioconda Belli. A obra “expõe, de forma satírica, as diferenças entre homens e mulheres no poder”, em “um pequeno e fictício país latino-americano”. A tradução é de Ana Resende. Acompanhe a @editorarosadostempos no Instagram.
Outro Salinger
Com o apoio de livrarias de várias partes do país, a Todavia lançou a campanha #SeuOutroSalinger, para mostrar outras obras publicadas por J. D. Salinger, celebrizado por “O apanhador no campo de centeio”. Como o livro de contos “Nove histórias”, traduzido por Caetano W. Galindo. Publicado em 1953 pela primeira vez, é considerado um marco da literatura norte-americana. Conheça o catálogo da editora em www.todavialivros.com.br.
Uma estrela tranquila
A WMF Martins Fontes publica no Brasil o romance gráfico “Uma estrela tranquila: Retrato sentimental de Primo Levi”, do jornalista italiano Pietro Scarnera, com tradução de Michele de Aguiar Vartuli. A obra descreve a vida de Levi “muito além de sua experiência no campo de concentração de Auschwitz”. O prefácio é de Marco Belpoti. No Instagram, siga @editorawmfmartinsfontes.
Luto na infância
A psicóloga Paloma Freitas (@palomasfreitas) lançou no sábado, na Livraria do Jardim, no Recife, seu primeiro livro: “Você conhece alguém que mora no céu?”, com ilustrações de João Pedro Monteiro. A obra publicada pela Asinha (@editoraasinha) para o público infantil traz a história de uma criança com saudade daqueles que não estão mais presentes na Terra. Acompanhe a agenda da @livrariadojardim no Instagram.
Palavras que dançam
Com o perfil @palavrasquedancam no Instagram, a escritora Juliana Valentim compartilha a alegria da literatura com mais de 65 mil seguidores. “Sou jornalista de formação e escritora porque a paixão pelas palavras é o que me move, desde sempre. Sou autora de quatro livros, que vão do romance à poesia, flertando com contos e crônicas. O que mais gosto de fazer na vida é escrever um texto e ver como ele chega às pessoas. E sentir como se derrama de volta pra mim, enchendo os pulmões. Sou eu em cada palavra, viajando por casas e corações que jamais conheceria se não fosse pela escrita. É o que eu mais gosto de fazer na vida, é onde mora o meu paladar, onde habita a alma minha”, diz, em depoimento para a coluna.