Passou rápido, como passa o tempo quando não olhamos para ele. Há um ano, o Jornal do Commercio abraçava a causa da paixão pelos livros, e de todas as linhas que partem desse ponto – como a educação pelos livros, a diversidade da leitura, o empreendedorismo literário, a criatividade que sai das páginas e as reflexões que sacodem o mundo e a nossa vida nele. Para que as palavras que habitam as bibliotecas soem mais alto, a divulgação de editoras, de quem escreve, produz e vende livros, precisa ser intensa, ampla e variada. Se não faltam meios digitais para a informação circular, na ubiquidade das redes sociais em lugares de acesso livre, a população brasileira dá sinais de que pode ler mais e melhor, com o apoio de veículos de comunicação de alcance diferenciado.
É o que se tenta cumprir neste espaço, com o respaldo da tradição jornalística do JC. Em uma agenda de eventos e lançamentos cada vez maior no país, o papel da coluna Literária é buscar o equilíbrio entre a cobertura de fontes conhecidas do público, e a apresentação de novos autores, editoras, livrarias, bibliotecas e projetos de incentivo à leitura e à escrita. Na medida do possível, agregando informação com a valorização dos temas em alta no debate cultural e editorial, a fim de trazer o leitor para o mundo, além de entrar no mundo do leitor.
A cada profissional relacionado aos livros, que pudemos divulgar, e a toda gente que nos honrou com a leitura, uma palavra repetida o ano inteiro: obrigado. Sigamos juntos, reunindo letras e vontades, histórias e sonhos, na direção de mais livros e leitores, sempre.
Clarice na memória de outros
A Autêntica promove o lançamento do novo livro de Nádia Gotlib, nesta segunda, 22, na Livraria da Travessa de Pinheiros, em São Paulo. Resultado de quatro décadas de pesquisa, “Clarice na memória dos outros” traz 65 depoimentos de personalidades sobre a escritora Clarice Lispector. Antes da sessão de autógrafos, Nádia Gotlib participa de bate-papo com Manuel da Costa Pinto, a partir das 7 da noite.
Mário Hélio na APL
A Academia Pernambucana de Letras (APL) recebe oficialmente um novo integrante nesta segunda, 22, a partir das 3 da tarde. O escritor e jornalista Mário Hélio assumirá a cadeira 24, antes ocupada por Reinaldo de Oliveira. “Tomar posse na Academia significa algo mais do que uma obrigação assumida por quem é eleito. Trata-se da efetivação, do cumprimento do rito do ingresso”, diz, em depoimento para a Literária. “Se o Avalovara do nosso quase centenário Osman Lins aponta para um pássaro feito de pássaros, as academias derivam seus símbolos de outras academias. A mais remota, como se sabe, a dos gregos antigos, figura no reino das ideias, ideais e idealizações. A mais próxima – próxima remetendo há séculos – a Francesa. Dela se herdam coisas como o número de membros – 40 – e o cortês hábito do discurso em louvor do antecessor e antecessores. Sendo 40 número par quero crer que nos faz lembrar um sentido de ser par, de participar, de ser um a mais, um entre outros, mesmo sabendo que a cada um o seu, em nível e prumo”.
Paideia pernambucana
Para Mário Hélio, “o papel da APL é, na sua representação de instituição cultural, cumprir a sua própria definição dada no nome. Zelar, antes de tudo, pelas letras pernambucanas. Significa que, não obstante abrigar, como também o fazem outras academias, figuras de destaque em diversas áreas da cultura e da sociedade, e de com convívio, é à literatura que deve marcar sua essência. Seja no sentido lato, ou no estrito, seja ao pé da letra, ou de modo mais amplo, prezar pela qualidade, a excelência, deve ser parte indispensável do seu papel”, observa. Segundo o novo acadêmico, esse papel inscreve sua importância na contemporaneidade: “Ser um instrumento das letras no tempo, o que significa estar em sintonia com a época, contribuindo para a elevação da educação, do conhecimento, inserida que está na, digamos, paideia pernambucana”.
Cristais de vida
Obra inédita do escritor, urbanista, professor e pesquisador José Luiz Mota Menezes será lançada nesta terça, 22, pela Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa, na sede administrativa da empresa, no Recife. “Cristais de vida” é um resgate da história do saneamento no estado, cobrindo um período de quase cinco séculos. Mota Menezes, falecido em 2021, foi presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico estadual, e membro da Academia Pernambucana de Letras. Para o presidente da Compesa, Alex Campos, a publicação é “um compromisso com a memória, a identidade e preservação do patrimônio histórico e cultural do estado”. O evento será às 3 da tarde, com homenagem ao autor.
Debate na Rádio Jornal
Para marcar a passagem de um ano, no Dia Mundial do Livro, a coluna Literária do JC realiza debate na Rádio Jornal com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira, e o também integrante da ABL e da APL, José Paulo Cavalcanti Filho, além do colunista Fábio Lucas. A apresentação será de Natália Ribeiro. Na terça, 23, às 11h da manhã, a conversa fluirá sobre a relação entre jornalismo e literatura.
Cine Enem da Flic
Realizado desde 2015 e chegando à décima edição, o Cine Enem da Feira Literária de Campina Grande (Flic) acontece na quinta, 25, no Cineteatro São José, na cidade paraibana. Será exibido o curta metragem “Quando eu crescer”, de Emanuel Dias, com debate de temáticas presentes no Exame Nacional do Ensino Médio. A aula será conduzida pela professora Bruna Stefania, a partir das 2 da tarde. Siga @flicfeira no Instagram e saiba mais.
Sábado cultural
A Academia Pernambucana de Letras (APL) promove mais uma edição do Sempre aos Sábados – Encontros Culturais, no próximo dia 27, em sua sede no Recife. Na programação que se inicia às 14h, haverá leitura de textos, oficina de roteiro de ficção para vídeo, música, declamação de poesia, slam, sessão coletiva de autógrafos e sorteio de livros. A partir das 16h, debate sobre “Como publicar um livro?” com a editora Patrícia Vasconcellos, a escritora Karine Asth e a editora e professora de escrita criativa, Bruna Maciel Borges. Tudo gratuito. “O objetivo principal é acolher jovens que gostam de literatura e também disponibilizar a APL como espaço de encontros onde alegria e arte, sobretudo a literária, estarão sempre juntos”, diz o escritor e acadêmico Cícero Belmar.
A menina com os pés no chão
Vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura em 2021, Mariana Brecht lança no sábado, 27, em São Paulo, sua primeira obra para o público infantil. “A menina com os pés no chão” é publicada pela Florear Livros. O evento contará com a presença da ilustradora Lumina Pirilampus, em bate-papo com a autora, sob a mediação de Keka Reis. “Quando recebi o livro com as ilustrações da Lumina, percebi que ele já não era mais apenas o que eu havia escrito, tornara-se algo completamente diferente, infinitamente maior”, conta Mariana. Na Livraria Miúda, às 11h da manhã.
Julián Fuks no Flipoços
Debatendo o tema “Crônica: um gênero caleidoscópio?”, o escritor Julián Fuks participa do Festival Literário de Poços de Caldas – Flipoços. Em depoimento para o Livronews, Fuks afirmou: “Talvez seja a minha primeira aparição pública para falar da questão da crônica, que tem se tornado cada vez mais íntima e intestina para mim”, louvando a iniciativa do Flipoços em promover a discussão. “É algo tão raro no Brasil, o Brasil sendo o país propriamente da crônica. É uma justiça que se faz, um tanto tardiamente, a esse gênero tão rico, tão vivo, lírico, bonito”. Fazem ainda parte da mesa, que será às 19h da terça, 30, Sophie Ganeff, Cristiana Rodrigues e Luiz Eduardo de Carvalho, com a mediação de Sérgio Montero. Assista ao depoimento de Julián Fuks no Instagram @livronewsnonista, e confira a programação completa do evento em www.flipocos.com.
Pedro Rhuas
O escritor Pedro Rhuas esteve na Livraria do Jardim, no último sábado, no Recife, participando de debate e abraçando leitores. O bate-papo foi com Gabrielle Saback, do Instagram @estantedagabyh. Considerado um dos talentos da literatura jovem brasileira, Pedro Rhuas é publicado pelo selo Seguinte, da Companhia das Letras. Seu próximo romance, “O mar me levou a você”, chega às livrarias em setembro.
Primavera sombria
A 100/cabeças traz para o Brasil a obra da surrealista alemã Unica Zurn, “Primavera sombria”, com tradução de Claudia Cavalcanti. O prefácio é da espanhola Lurdes Martinez, coeditora da revista Salamandra. O título, publicado originalmente em 1967, faz parte da série que a editora lançou este ano, em celebração ao centenário dos Manifestos do Surrealismo, de 1924. A germanista Claudia Cavalcanti já traduziu obras de Goethe, Rainer Maria Rilke e Paul Celan, entre outros. Mais informações no site www.100cabecas.com.
A mãe do samba
Personalidade marcante da história musical brasileira, “Tia Ciata: A grande mãe do samba” ganha livro pela Nova Fronteira, escrito pelo compositor e pesquisador Nei Lopes, e ilustrado por Rui Oliveira. Tia Ciata é como era conhecida a baiana Hilária Batista de Almeida, que morou a maior parte da vida no Rio de Janeiro, onde se destacou como doceira, costureira e apoiadora do samba, recebendo músicos em seu quintal numa época em que o samba era proibido por lei. Outras informações no site www.novafronteira.com.br.
A grande loja de sonhos
A WMF Martins Fontes publica obra sul-coreana traduzida para mais de 15 idiomas: “A grande loja de sonhos – O sonho que você encomendou está esgotado”, de Miye Lee, traduzido por Luis Girão. A “narrativa fantástica voltada a jovens e adultos que querem fugir da realidade” vai ganhar o segundo volume ainda este ano. Saiba mais no site www.wmfmartinsfontes.com.br.
Dobra de rio
Está em pré-venda o novo livro de Fabiana Vanz Dias pela Caravana, com textos em prosa e versos. “Acompanhamos com grande satisfação as espirais mentais da narradora-protagonista, saboreando, como se fossem nossas, cada uma de suas digressões & reflexões sobre música, poesia, psicanálise, família, casamento, divórcio, amizade…”, escreve Luiz Bras. Outras informações no site www.caravanagrupoeditorial.com.br.