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Bons ou ruins, aplicativos de transporte têm força na economia do Brasil

Estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que a empresa 99 injetou R$ 15 bilhões no Brasil em 2020

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Roberta Soares

Publicado em 02/07/2021 às 15:31 | Atualizado em 02/07/2021 às 19:39
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Estudo contratado pela 99 mostrou que a empresa de transporte por aplicativo injetou R$ 15 bilhões na economia brasileira em 2020. Isso tudo apesar do cenário de crise enfrentado com a pandemia de covid-19. O valor é o equivalente a 0,21% do PIB brasileiro - e representa um crescimento de 16,7% no impacto do app da 99 na economia brasileira quando comparado com 2019.

A conclusão é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), órgão de apoio institucional ao Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), num estudo contratado, pelo segundo ano consecutivo, pela 99. A análise considera o impacto econômico da renda obtida pelos motoristas parceiros, os seus gastos operacionais (como alimentação e combustível) e consumo das famílias (bens e serviços em geral). E aponta que a movimentação econômica provocada pelos serviços intermediados pelo aplicativo gerou mais de 331 mil empregos somente em 2020.

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A Fipe constatou, ainda, que o impacto econômico da 99 ficou à frente de sete setores tradicionais, como refino de açúcar, cosméticos, higiene pessoal e perfumaria, e biocombustíveis - DIVULGAÇÃO

“Num momento de crise sanitária, econômica e social, conseguimos perceber o impacto real do aplicativo na renda das famílias e na cadeia de consumo dos brasileiros. No ano passado, investimos mais de R$ 157 milhões de reais em novos produtos e em itens de segurança para ser uma opção acessível e segura àqueles que precisavam se locomover em meio à pandemia, além de oferecer a milhares de pessoas uma fonte de renda”, destacou o diretor de Políticas Públicas da 99, Diogo Souto Maior

A Fipe constatou, ainda, que o impacto econômico da 99 ficou à frente de sete setores tradicionais, como refino de açúcar, cosméticos, higiene pessoal e perfumaria, e biocombustíveis. Os setores econômicos mais beneficiados pelo uso do aplicativo são o comércio (atacado e varejo), atividades imobiliárias, intermediação financeira e extração de petróleo e gás – ou seja, lojas em geral, postos de gasolina, oficinas mecânicas e imobiliárias.

Em 2020, foi gerado cerca de R$ 1.3 bilhão em impostos indiretos como IPI, ICMS e ISS. Desse total, a maior parcela (R$ 740,75 milhões) foi gerada por meio do consumo nos setores indiretamente ligados à modalidade.

CRÍTICAS

Entre os motoristas parceiros, os valores econômicos indicados pelo estudo da Fipe são vistos com desconfiaça porque a categoria se recente da pouca valorização recebida pelas grandes do transporte por aplicativo. "Apesar de toda essa riqueza, na ponta da lança existem motoristas e entregadores que recebem muito mal pelo serviço prestado. No Recife, estamos há cinco anos sem qualquer reajuste de tarifa. Ao contrário, os preços têm sido reduzidos, tirando o ganho dos motoristas. Está cada vez mais dificil exercer o trabalho. É necessário tarifa, segurança e respeito das empresas e do poder público para a categoria. Faltam ações efetivas que melhorem a vida dos profissionais. Os ganhos são cada vez menores, temos que trabalhar 12h, 15h por dia para conseguir fazer uma boa renda. É necessário uma discussão sobre esses bilhões movimentados e quanto fica no bolso do motorista", critica e alerta Thiago Silva, presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape).

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