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Vale a pena ter um carro por assinatura? Compare vantagens e desvantagens para motoristas de aplicativo e comuns

Não é à toa que o mercado de assinaturas vem crescendo. Já estava em ascensão antes da pandemia, mas com a crise sanitária explodiu

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Roberta Soares

Publicado em 29/06/2021 às 15:33 | Atualizado em 01/07/2021 às 17:30
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Se você é daqueles que não se prende mais à propriedade, valorizando mais o “usar” do que o “ter”, o carro por assinatura pode ser interessante. E se você utiliza o veículo como fonte de renda, rodando muito e diariamente - como é o caso dos motoristas de Uber e 99, por exemplo -, é ainda mais. Não é à toa que o mercado de assinaturas vem crescendo. Já estava em ascensão antes da pandemia, mas com a crise sanitária explodiu.

Com um valor fixo mensal, o cliente tem à disposição um carro novo, pelo qual pagará apenas a mensalidade, sem os custos adicionais, como revisão, manutenção, seguros, tributos e taxas referentes ao veículo, que vão do IPVA ao Imposto de Renda. É por essas razões que muita gente compara ter um veículo a ter uma família. Com a explosão do mercado, a oferta ficou muito diversificada e os preços, de certa forma, mais acessíveis. Podem ser alugados desde modelos mais básicos, os chamados veículos de entrada, até os mais equipados e luxuosos.

ATRATIVO

É lógico que usar um carro por assinatura custa dinheiro. As vantagens precisam se sobrepor a esse custo. Por isso, vale lembrar que comprar um carro dá trabalho e sempre, sempre, perde-se dinheiro - quem comprou sabe disso, pouca importa se é seminovo ou 0 km. Com a assinatura você se livra dessa perda. Vai pagar pelo uso, não pela posse. Por isso algumas grandes empresas do setor automotivo, como Volkswagen e Toyota, além das companhias de locação, têm apostado nesse modelo.

É o serviço para “quem não tem o sentimento de posse e não quer esquentar a cabeça com as burocracias", anunciam as empresas. É uma lógica, aliás, compartilhada pelas novas gerações, cada dia menos interessadas em automóveis como bens. Os querem apenas para fazer deslocamentos. Nessa carona, as empresas que oferecem assinatura de carros propõem deixar o motorista apenas com a parte boa de ter um veículo.

A princípio, para o meio ambiente também pode ser menos danoso porque imagina-se que um mesmo veículo possa ser utilizado por diversos motoristas num ano, por exemplo. Assim, a frota veicular das cidades não cresceria tanto como se cada usuário adquirisse o próprio automóvel. Seria uma espécie de car sharing (compartilhamento de carros).

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Podem ser alugados desde modelos mais básicos, os chamados veículos de entrada, até os mais equipados e luxuosos - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Saiba como funciona e qual o custo de uma assinatura de carros:

Como funciona
Nesse tipo de negócio, o cliente paga uma mensalidade para usar um carro zero quilômetro por determinado tempo. É uma espécie de aluguel prolongado. As mensalidades têm valores a partir de R$ 800, em média. E podem chegar a R$ 10 mil, ou até mais, conforme o modelo.

Contratos
São várias opções de duração dos contratos. Geralmente, as empresas oferecem a assinatura por 12, 18, 24, 36 ou 48 meses. Importante: quanto mais longo for o contrato, menor é o valor cobrado por mês.

Ao contratar o serviço, o cliente escolhe também a franquia de quilometragem, ou seja, quanto ele pode rodar com o carro mensalmente. Os planos começam com 500 quilômetros por mês. Quanto maior a distância permitida, maior o preço da mensalidade.

Há ainda uma taxa por quilômetro rodado além do acordado em contrato. A tarifa gira em torno de R$ 0,50 por quilômetro.

Valores da assinatura
O custo da assinatura de um carro no Brasil começa em R$ 800. Um Renault Kwid, por exemplo, sai por R$ 783 por mês, com franquia de 1.000 quilômetros mensais e 48 meses de contrato.

A assinatura de um Volkswagen Gol por 36 meses e franquia de 1.000 quilômetros custa R$ 986. Os preços aumentam de acordo com os modelos de carro.

O que está incluso na assinatura
Quando contrata o serviço de assinatura de carros, o cliente se livra de preocupações como documentação, seguro, manutenção – preventiva e corretiva – e impostos. E a maioria das empresas oferece carro reserva em caso de quebra do veículo principal.

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Regras
Para assinar um carro é preciso ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e, geralmente, as mensalidades não podem comprometer mais do que 30% da renda do contratante. Algumas empresas, no entanto, permitem somar a renda dos cônjuges.

Uma dúvida importante: outra pessoa pode dirigir o veículo? Sim, é possível, mas ele precisa ser cadastrado. Algumas empresas, no entanto, não autorizam. Por isso, fique ligado no contrato.

Quais empresas oferecem o serviço
Mais de dez empresas já oferecem o serviço de assinatura de carros no Brasil. Entre elas, estão Porto Seguro, Unidas, Localiza e Movida. Entre as montadoras, Audi, Renault, Volkswagen e recentemente a Ford.

Confira alguns endereços:

Unidas Livre
https://livre.unidas.com.br/

Localiza
https://meoo.localiza.com/

Ford Go
https://www.fordgo.com.br/

Renault
https://ondemand.renault.com.br/

Flua!
https://www.meuflua.com.br

Movida
https://www.movidazerokm.com.br/

Volkswagen
https://www.vw.com.br/pt.html

MERCADO EM EXPANSÃO

A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) aponta que o motivo do crescimento das assinaturas é a mudança de comportamento dos consumidores, que estão optando por alugar carros por mais tempo do que comprá-los. A locação para motoristas de aplicativos é o ponto chave.

Segundo Guilherme Cavalcante, CEO e fundador da UCorp.app, startup de tecnologia e soluções de mobilidade corporativa, as assinaturas possuem valor competitivo e englobam manutenção, seguro, licenciamento, chegando até a cobrir danos "O valor da assinatura é mais competitiva do que o aluguel de carros, se trata de um valor fixo mensal, que inclui impostos e taxas de manutenção. Além de tudo, dependendo do contrato é possível até ter uma renovação automática", ressalta o CEO.

No caso de empresas, ao alugar uma frota os benefícios trazem uma economia de até 30% em comparação com uma frota particular. Além disso, a parte burocrática e de legislação quem cuida é a empresa terceirizada, ou seja, sobra mais tempo para os gestores cuidarem das atividades principais da empresa ou implementarem uma nova tecnologia.

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