COLUNA MOBILIDADE

Trânsito faz mal à saúde física e mental

Estudos mostram que o brasileiro perde 32 dias por ano preso no trânsito

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Roberta Soares

Publicado em 20/03/2022 às 7:40 | Atualizado em 20/03/2022 às 12:27
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O trânsito mata e faz mal à saúde das pessoas. E quanto mais congestionamentos e dificuldade de circulação, como nas periferias, pior. Pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Oxford Brookes University, da Inglaterra, e as Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Catarina (UFSC), mostrou que a precariedade na mobilidade urbana afeta negativamente a qualidade de vida e o bem-estar, piorando a saúde física e mental de quem está no trânsito.

Confira a série Trânsito travado:

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Trânsito é ainda pior nas periferias

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E o problema é geral, o que é ainda mais preocupante. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que quase metade dos motoristas brasileiros (43,5%) dizem enfrentar congestionamentos todos os dias. São 32 dias por ano, em média, presos no trânsito.

O tempo de deslocamento nas grandes cidades chega a 127 minutos por dia e, afirmam especialistas, o prejuízo à qualidade de vida e ao bem-estar é imediato. “O brasileiro perde tempo, saúde e dinheiro parado dentro do carro. Perde tempo de lazer, de convívio com a família e até de produção. Tudo isso aumenta o estresse, que afeta a saúde física e mental”, afirma Alysson Coimbra, médico especialista em Medicina do Tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra).

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
O tempo de deslocamento nas grandes cidades chega a 127 minutos por dia e, afirmam especialistas, o prejuízo à qualidade de vida e ao bem-estar é imediato - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

IMPACTOS ECONÔMICOS

Os engarrafamentos comprometem também a força produtiva dos trabalhadores brasileiros, além de causar gastos ainda maiores com o transporte. Um estudo feito pela Quanta Consultoria mostrou que os congestionamentos custam R$ 267 bilhões por ano ao País, o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB). É dinheiro suficiente para bancar o Auxílio Brasil por três anos. “Gastamos tanto com algo que faz tão mal à saúde quando poderíamos investir em programas de distribuição de renda, educação, saúde e segurança viária. Todos perdemos quando o trânsito e a mobilidade não são tratados como políticas públicas prioritárias”, reforça o diretor da Ammetra.

THIAGO LUCAS/ ARTES JC - GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito Travado - THIAGO LUCAS/ ARTES JC - GUGA MATOS/ JC IMAGEM

THIAGO LUCAS/ ARTES JC - GUGA MATOS/ JC IMAGEM
Trânsito Travado - THIAGO LUCAS/ ARTES JC - GUGA MATOS/ JC IMAGEM

CTTU

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) garante estar atenta aos subúrbios. Que em 2021 investiu R$ 8 milhões em serviços de sinalização viária, como implantação e manutenção de ciclofaixas, Faixas Azuis, faixas de pedestres e placas de sinalização na cidade.

Especificamente na periferia, já são 15 locais atendidos, entre eles, os bairros do Engenho do Meio e Tejipió (Zona Oeste), Alto José Bonifácio e Vasco da Gama (Zona Norte), e o Ibura (Zona Sul).

BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
São 32 dias por ano, em média, presos no trânsito - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Colisões no trânsito custam dinheiro público, além de matar - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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Os engarrafamentos comprometem também a força produtiva dos trabalhadores brasileiros, além de causar gastos ainda maiores com o transporte - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

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