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Dia do Motociclista: vítimas diminuem no Recife, mas motos seguem ferindo e matando no trânsito

Dados fazem parte do mais recente Relatório de Segurança Viária da capital e evidenciam que o País precisa cada vez mais fiscalizar e educar os motociclistas

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Roberta Soares

Publicado em 27/07/2022 às 11:02 | Atualizado em 27/07/2022 às 11:25
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Embora sigam respondendo por praticamente metade das vítimas dos sinistros de trânsito no Brasil - especialmente no Nordeste -, o estrago das motocicletas ficou um pouco menor no Recife, depois de ter aumentado em 2020.

A constatação é da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), no mais recente Relatório de Segurança Viária divulgado em homenagem ao Dia do Motociclista 2022, comemorado nacionalmente nesta quarta-feira (27/7).

O Recife conseguiu reduzir em 39% as mortes de motociclistas entre 2020 e 2021, embora esse público ainda represente 25% das vítimas fatais no trânsito da capital pernambucana.

Motos seguem sendo as vilãs do trânsito

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Em 2017 foram 50 óbitos. Em 2018, 36 registros, seguidos de 32 em 2019. Em 2020, mesmo com a pandemia de covid-19 e as medidas restritivas de circulação adotadas na cidade e no País, as mortes aumentaram para 38 casos. Para, em 2021, cair para 23 óbitos.

O mesmo relatório, entretanto, confirma que os motociclistas precisam ser - cada vez mais e mais - o alvo principal da fiscalização e das políticas de segurança viária. De todos os sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz. Entenda) com vítimas feridas da capital, 81% envolveram motociclistas.

Rovena Rosa/Agência Brasil
Somente em Pernambuco, as mortes e ferimentos de motoqueiros geram um custo anual de R$ 3 bilhões, valor que representa metade do custo de todas as vítimas do trânsito - Rovena Rosa/Agência Brasil

E não para por aí: em 2021 houve um aumento de 5% no número de sinistros de trânsito com motociclistas.

PERFIL DAS VÍTIMAS

Pouca coisa mudou no cenário que envolve os motociclistas no trânsito. Os jovens seguem sendo a maioria das vítimas: 47% dos mortos tinham entre 20 e 29 anos. Mais de 86% eram homens e quase 100% (91,3%) eram condutores.

A noite também continua sendo mais fatal para os motociclistas: 48% das vítimas morreram em sinistros ocorridos à noite. O período da tarde ficou com 26%, enquanto a manhã e a madrugada ficaram com 13% das mortes, cada um.

A correlação entre conduzir motocicletas e se envolver em sinistros de trânsito também foi confirmada no recente Relatório de Segurança Viária. Dentro do Programa Piloto Seguro, desenvolvido pela CTTU desde 2021, uma pesquisa apontou que, entre 7 mil motociclistas ouvidos, mais da metade (53%) já tinha se envolvido em ocorrências pelo menos uma vez.

 

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