A possibilidade de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cada vez mais próxima com os avanços da nova gestão privada do Metrô de Belo Horizonte (Minas Gerais), aumentou a tensão entre os metroviários pernambucanos.
Isso porque ela afetará diretamente o Metrô do Recife, um dos quatro sistemas da CBTU que seguem no Plano Nacional de Desestatização (PND) pelo governo federal - o quinto era o Metrô de BH, que acabou de ser concedido à iniciativa privada. O leilão foi realizado no dia 22 de dezembro de 2022.
O sentimento dos metroviários é de derrota e que é preciso uma articulação política de ‘gente grande’ para reverter a situação. Ou seja, intimar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a retirada da CBTU do PND.
ARQUIVAMENTO DO PROJETO DE PRIVATIZAÇÃO DO METRÔ DO RECIFE
A vitória conquistada pela categoria em maio de 2022, quando, devido às Eleições, o então governador Paulo Câmara (PSB) arquivou o projeto de concessão do Metrô do Recife a pedido do SindMetro, parece já ter pedido o efeito.
E a certeza de que o terceiro governo do presidente Lula iria desfazer privatizações ou, ao menos, arquivar os projetos, também está se esvaindo.
GREVE SEM FORÇA DO METRÔ DE BH ACENDE ALERTA
O sentimento da categoria é de que o jogo está sendo perdido porque o governo petista não demonstra a reação prometida na campanha eleitoral. E a segunda greve dos metroviários de Belo Horizonte em pouco mais de um mês é um claro sinal dessa perda.
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É tanto que, mesmo com a paralisação dos metroviários mineiros acontecendo nesta terça-feira (28/3), o sistema está operando e nenhuma estação foi fechada. É claro que os intervalos estão maiores, 15 a 20 minutos, mas não é nada muito diferente do que os passageiros do sistema mineiro vivenciam no dia a dia.
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Os da Região Metropolitana do Recife também sofrem com longos intervalos, inadmissíveis em transportes sobre trilho. Tudo isso devido ao sucateamento que a CBTU sofre há pelo menos dez anos, sendo potencializado desde o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e ainda mais ampliado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Em grupos da categoria, os metroviários têm exigido uma mobilização maior para evitar que o mesmo processo de BH aconteça com o Metrô do Recife, já que seria o próximo da lista e o único a ter projeto pronto. Os sistemas de Natal (RN), João Pessoa (PB) e Maceió (AL), que são bem menores do que o da RMR e o de BH, não teriam tanto atrativo para concessões públicas.
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Algumas exigências dos metroviários de Pernambuco:
1- Retirada do PND
2- Plano de investimentos e de recuperação para o metrô
3- Tarifa social
4- Solidariedade por STU/BH
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A categoria está à flor da pele com o que está acontecendo na STU-BH e com a continuidade dos estudos do BNDES para conceder as unidades da CBTU. E já começou a criticar, inclusive, o Sindmetro, alegando que a entidade está servindo de parachoque para o governo federal, ao tentar convencer a categoria de que o governo federal fará diferente com o Metrô do Recife.
A leitura que vem sendo feita é de que a categoria está sendo enganada com promessas que não serão cumpridas pelo governo petista, mesmo sendo reconhecido pelo posicionamento contrário às privatizações da máquina pública.
“Eleições ganhas, reuniões em Brasília no período de transição. Comitiva recebida por deputados e ministros. Inócua! Até agora não chegaram recursos e não saímos do programa de privatização”, desabafa um metroviário.
“O novo governo assume . Novas reuniões e comitivas. Os companheiros de BH são convencidos de que terão sua luta atendida nas reuniões com deputados e ministros. Fazem reunião com CUT, ministério do Trabalho… Enquanto a STU/BH é definitivamente entregue aos empresários de ônibus”, segue.
“Ou a gente se movimenta agora ou vamos acordar amanhã com a notícia de que mudaram o CNPJ e razão social da STU/Recife”, alerta.
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O fato de o senador Humberto Costa (PT) não ter conseguido indicar seu assessor parlamentar e ex-vereador do Recife para ser o novo diretor-presidente do Metrô do Recife também foi uma derrota.
Embora o atual gestor seja um nome da casa, técnico da área de manutenção, foi indicação do diretor-geral da CBTU, José Marques, que está no comando desde a gestão Bolsonaro e é ligado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL). Gestão que em quatro anos mal conseguiu manter os recursos de custeio do sistema pernambucano.
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