CARRO POPULAR: pacote de LULA é insuficiente para baixar o CARRO POPULAR, não estimula o TRANSPORTE PÚBLICO e ainda compromete a imagem do BRASIL na CRISE CLIMÁTICA mundial

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu dez passos para trás com o anúncio da redução de impostos (IPI e do PIS/Cofins) sobre insumos da indústria automobilística para reduzir o preço do chamado carro popular e, assim, fazer a população voltar a comprar automóveis no País.

Mesmo ainda sem muitos detalhes, o anúncio, realizado nesta quinta-feira (25/5), é um retrocesso sob a ótica da mobilidade urbana sustentável. O presidente Lula retrocedeu e não deverá conseguir nem uma coisa nem outra.

Sob os cuidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, lançou um pacote pífio de estímulo à indústria do carro, oferecendo 11% de desconto em veículos que continuarão caríssimos e inacessíveis para o consumidor que o presidente queria atingir.

A própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse, sem muita firmeza, que muito possivelmente os carros populares poderão ficar abaixo dos R$ 60 mil - valor que para a grande maioria da população é algo fora de alcance.

DISCURSO AMBIENTAL PARA O MUNDO E ESTÍMULO À MOTORIZAÇÃO NO PAÍS

Além do gesto de agrado às montadoras e à motorização do País, o pacote ainda destoa da imagem mundial que o próprio presidente Lula tem trabalhado pessoalmente em construir, colocando o Brasil na vanguarda da discussão sobre a crise climática.

E, mesmo que a população não compre os carros para ajudar economicamente a indústria, o gesto foi feito. E a vida, assim como a política, é feita de gestos.

Na história atual, com as crises de urbanidade que vemos em nossas cidades, Lula deveria estar lançando um pacote de incentivo ao transporte público coletivo, com a implementação e ampliação da Tarifa Zero, por exemplo, além dos modos ativos.

REAÇÃO ao PACOTE DA INDÚSTRIA DO CARRO tem sido grande. CONFIRA.

Poderia ter anunciado um pacote de estímulo à implantação e expansão de linhas de metrô e trens - setor que só vai avançar com recursos federais -, construção de corredores exclusivos de ônibus e ampliação da malha cicloviária nas cidades, conectadas com o transporte público.

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Mas não, optou por estimular a compra de carros.

Com o pacote, o Brasil fica cada vez mais longe da mobilidade urbana sustentável e justa socialmente. Na prática e na imagem. Lembrando que mobilidade para todos é inclusão social. E que transporte público decente, acessível e de qualidade, é direito social previsto na Constituição brasileira.

É o governo Lula fazendo pura demagogia. Infelizmente.