Quem usa o transporte público ou até mesmo quem circula pelo Recife já começou a perceber a instalação de novos abrigos de ônibus na cidade. As novas paradas fazem parte do pacote que será gerido pela iniciativa privada pelos próximos 20 anos, em mais uma concessão pública firmada pelo governo de Pernambuco.
O caminho ainda é longo, mas, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) - gestor do contrato de concessão -, já foram instalados 30 novos abrigos e outros 30 estão sendo concluídos e aguardam apenas a colocação de vidros que compõem o layout das novas paradas. Por enquanto, os novos abrigos estão instalados, predominantemente, na área central da capital e, pontualmente, em áreas da Zona Sul da capital.
Os novos equipamentos são diferentes de tudo que os passageiros dos ônibus da Região Metropolitana do Recife estão acostumados a ver. São modernos, amplos, têm vários assentos, protetor de vidro, e iluminação a Led. Têm, ainda, painéis indicativos com as linhas de ônibus atendidas e de temperatura.
As paradas de ônibus estão sendo instaladas pelo Grupo Kallas, que venceu a licitação para cuidar de 3.650 unidades, entre abrigos e totens de embarque e desembarque espalhados pela RMR. A Kallas terá que recuperar e modernizar os 3.650 abrigos e totens do contrato em até seis anos (72 meses). Para 2023, terá que entregar 550 deles.
A Kallas foi escolhida pelo governo de Pernambuco em licitação pública e já tem expertise no setor de publicidade, principal retorno da futura concessão. A futura concessionária terá que recuperar, reconstruir, substituir e manter todas as unidades. E, em troca, terá a receita proveniente da exploração publicitária dos equipamentos. O valor mínimo de outorga para a concorrência foi de quase R$ 200 mil (R$ 199.747,22).
Na verdade, a nova concessão ficará responsável por um pouco mais da metade dos abrigos e totens do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da RMR, que tem mais de 6 mil unidades. A maioria dos equipamentos que serão recuperados e modernizados pelo Grupo Kallas ficam na capital.
Dos 3.650 abrigos, 900 serão no modelo mais completo, semelhante ao que foi instalado na Rua do Sol, por exemplo. Os outros variam entre os três tipos diferentes de modelos.
O modelo adotado pelo governo de Pernambuco, via Secretaria de Planejamento (Seplag), não é uma concessão especial, ou seja, uma Parceria Pública Privada (PPP), como a que foi realizada com os terminais integrados de ônibus e estações de BRT ou a que envolverá algumas rodovias estaduais.
É uma concessão simples. Não haverá contrapartida do Estado. O retorno financeiro será com a exploração dos espaços para publicidade previstos na readequação dos abrigos - independentemente do modelo.
O Estado, inclusive, deverá receber uma pequena receita mensal. A previsão é de que haverá uma parcela variável para o Estado ao longo dos 20 anos equivalente a 1.75% da receita operacional mensal bruta da concessionária.
Outro aspecto inovador, embora em pequena quantidade, será a oferta de um pouco de tecnologia para os passageiros. A concessão prevê que ao menos 3% do total de abrigos tenham bluetooth e PMVs (painéis de mensagem variável), e que 5% possuam wi-fi e câmeras de segurança.
Os abrigos têm quatro tipos de infraestrutura previstos, com e sem assentos, enquanto os totens têm dois padrões.