Um dia depois de detalhar o programa de subsídios à indústria automobilística brasileira - que prevê descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço de carros de até R$ 120 mil -, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez novo gesto ao setor. Dessa vez em Pernambuco.
A primeira agenda da visita oficial de dois dias ao Estado foi exatamente ao polo automotivo Stellantis, em Goiana, município da Zona da Mata Norte do Estado, onde são fabricados veículos SUV. Lula participou do lançamento do quinto modelo produzido pela fábrica.
A instalação da Stellantis em Pernambuco, inclusive, teve forte influência de Lula e foi negociada ainda nos seus primeiros governos. A pedra fundamental da fábrica - que reúne 14 marcas de veículos, predominantemente da Jeep - foi lançada com a presença do presidente.
E, apesar das críticas que recebeu de entidades que defendem a mobilidade urbana sustentável ao lançar um pacote de estímulo ao automóvel, Lula foi ovacionado ao chegar à fábrica de automóveis, tendo na comitiva a esposa, Janja da Silva, a governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB), os ministros Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), André de Paula (Pesca) e Rui Costa (Casa Civil), os senadores pernambucanos Humberto Costa (PT) e Teresa Leitão (PT), e o prefeito do Recife João Campos (PSB).
“Boa parte dos meus 50 anos de vida pública passei na indústria automobilística, fazendo assembleias, e confesso que nunca tive uma uma recepção como a que tive aqui hoje”, afirmou o presidente.
Como tem sido comum, mais uma vez o presidente Lula fez uma associação direta entre o crescimento da indústria automobilística e o desenvolvimento econômico do País - argumento central, inclusive, do programa de estímulo à produção de carros.
“Aqui, vi um pouco da fotografia do Brasil que a gente quer construir. Trabalhadores satisfeitos com o que estão fazendo e lutando para ganhar mais. O estado e a cidade crescendo, com o povo vivendo em clima de paz, harmonia e tranquilidade”, afirmou.
“Não existe sonho maior para o cidadão que a independência econômica. Ter um trabalho bom, receber um salário justo e conseguir cuidar da família. E esse País pode ser assim. Aliás, já foi quase assim. O Brasil, para quem não recorda, foi a 6ª maior economia mundial e o País mais feliz do mundo. Mas caiu para a 12ª posição”, afirmou.
O presidente destacou, ainda, a perda de produtividade do setor automobilístico nos anos em que esteve fora do governo. “No meu governo, o Brasil chegou a produzir 3,8 milhões de carros por ano e tinha uma perspectiva de chegar a 5 milhões. Atualmente, produz menos de 2 milhões de unidades. Mas nos vamos mudar essa realidade”, garantiu.
“Vim lançar a pedra fundamental com Eduardo Campos (ex-governador de Pernambuco), depois voltei com a Dilma (Rousseff, ex-presidente da República) e hoje estou mais uma vez aqui. Fiquei boquiaberto com o que essa fábrica fez numa cidade pobre do País. É isso que queremos para o Brasil: vê-lo crescer”, disse.
O polo automotivo da Stellantis reúne fornecedores que representam 16 das 34 empresas do segmento em Pernambuco. E Goiana é o oitavo município brasileiro com maior número de empregos formais na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.
O polo automotivo da cidade é o primeiro complexo industrial de carbono neutro na América Latina.
Nesta quarta-feira (7/6), o presidente segue no segundo dia de visita oficial a Pernambuco. Às 9h30, lança o novo Programa Farmácia Popular do Brasil, no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Escritor Ariano Suassuna, no Recife, e às 11h30 inaugura o Campus Paulista do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.