O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, voltou a falar sobre o Voa Brasil, programa que promete lançar desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que pretende oferecer passagens aéreas no valor fixo de R$ 200 para aposentados, pensionistas, estudantes e servidores públicos
Em entrevista ao programa de rádio Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro divulgou mais algumas regras e deu uma previsão de quando o programa será lançado. Segundo Márcio França - que já levou uma “bronca” pública do presidente Lula por causa do tema - contou que o Voa Brasil será acessado por aplicativo, terá intervalo mínimo entre voos, e previsão de ser lançado em agosto.
“Vamos criar uma aplicativo no qual as pessoas irão digitar o CPF e informar qual o trecho querem fazer. Em seguida, o aplicativo dará todas as opções de voos que terão sempre um valor único de R$ 200 por trecho. Mas para participar do programa, a pessoa não pode ter voado nos últimos 18 meses. Além disso, o interessado terá direito a quatro passagens, cada uma a R$ 200, por ano”, afirmou o ministro.
Márcio França explicou que as passagens serão vendidas para assentos que hoje ficam ociosos nos voos. “As pessoas não percebem, mas em média 21% das cadeiras viajam vazias fora das datas de pico. Então, chamamos as empresas para conversar e dissemos que queremos que elas facilitem o processo de compra da passagem”, explicou.
O ministro afirmou, ainda, que o presidente Lula pediu agilidade nos processos para atrair empresas de baixo custo (low cost) para o Brasil. Essas companhias têm tarifas mais baixas, por não oferecerem alguns serviços em comparação a outras.
Márcio França também garantiu na entrevista que o programa não é subsidiado pelo governo. Em abril, o ministro afirmou na Comissão de Infraestrutura e na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, que a ideia de passagens por preços mais acessíveis teria sido uma sugestão das próprias companhias aéreas.
"Elas sugeriram que a gente fizesse um programa de até R$ 200 o assento para qualquer trecho, não para todo mundo, mas para aqueles 90% que não voam, ou seja, ir buscar o passageiro que não está habituado a voar. Eles não têm esse dado. Quem tem esse dado é o governo federal", declarou, na época, aos parlamentares.
PASSAGEM AÉREA A R$ 200? ENTENDA proposta e VEJA SE VOCÊ TERÁ DIREITO
Na entrevista à Voz do Brasil, mais uma vez o ministro defendeu o Voa Brasil, afirmando que o programa é uma forma de fomentar o trânsito aéreo dos brasileiros. “Nós voamos um terço do que os colombianos e chilenos voam, precisamos alcançá-los. Para isso, o voo a R$ 200 vai proporcionar à população viajar uma vez por ano ", avaliou Márcio França.
A proposta do Voa Brasil é oferecer o trecho no valor de R$ 200 para qualquer parte do País. Segundo tem explicado o ministro, o objetivo é usar a ociosidade nos voos em determinados períodos do ano para garantir que pessoas que hoje não possam voar tenham essa oportunidade.
“Atualmente, são emitidas 90 milhões de passagens por ano, mas apenas 10 milhões de brasileiros voam por meio delas. Ou seja, é o mesmo público que viaja várias vezes. Por isso, o presidente Lula já tinha me encomendado que a gente buscasse novos passageiros. E a ideia era buscar gente que já tivesse vínculo conosco”, argumentou Márcio França no início de 2023.
O governo federal ainda não divulgou muitos detalhes do Voa Brasil, mas já se sabe que a intenção é emitir 12 milhões de passagens por ano, para cobrir a ociosidade (lugares vazios) nos voos.
Outro condicionante é que as passagens a R$ 200 deverão ser disponibilizadas apenas em períodos intermediários, fora da época de férias e festas. Ou seja, excluindo meses como dezembro, janeiro, fevereiro, junho e julho, por exemplo. Também haverá outras limitações para participação, como ter renda mensal de até R$ 6.800.
A meta do governo federal é utilizar pelo menos 5% da ociosidade dos voos no segundo semestre deste ano e, gradativamente, ir aumentando a utilização. "No primeiro semestre do ano que vem, 10%, no outro 15% e no outro 20%. Para ir integrando", afirmou Márcio França.
VOA BRASIL NÃO TERIA SUBSÍDIO FEDERAL
ENTENDA O PROGRAMA VOA BRASIL