Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
SINISTRO DE TRÂNSITO

Dados de trânsito: País começa a testar novo modelo de registro de estatísticas de trânsito

O Registro Nacional de Estatísticas e Sinistros de Trânsito entra em fase de testes em todo o Brasil, sob coordenação da Senatran

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 28/03/2024 às 13:35 | Atualizado em 28/03/2024 às 13:39
A base de dados atualizada é fundamental para a fomentação de políticas públicas - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Na busca de melhorar a base de dados estatísticos relacionados ao trânsito brasileiro - desatualizada e subnotificada há décadas, vale destacar -, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) iniciou o teste de um novo modelo de coleta.

Para isso, os agentes diretamente envolvidos no atendimento das ocorrências de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define) irão alimentar a base de dados do Registro Nacional de Estatísticas e Sinistros de Trânsito (Renaest). A alimentação será feita por um novo aplicativo de fiscalização da Senatran.

A ferramenta voltada para uso de gestores de trânsito promete fornecer dados com maior precisão e agilidade, transformando o Renaest numa base estatística mais eficiente. Por isso, é fundamental que todos os Estados passassem a utilizá-lo.

“O aplicativo pode ser usado por todos os agentes, por policiais, bombeiros e demais envolvidos no atendimento de sinistros, que poderão incluir os elementos básicos das ocorrências na plataforma para formar o novo Renaest”, detalhou o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.

A base de dados atualizada é fundamental para a fomentação de políticas públicas. “Esse momento é importante para todos, porque as estatísticas nos ajudarão nas tomadas de decisão que vão embasar nossas políticas públicas. O desafio é de responsabilidade do governo federal, por isso devemos tocar da melhor forma, compartilhando as obrigações com os órgãos de trânsito locais”, complementou o secretário.

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA ATUALIZAÇÃO DOS DADOS

Vivemos uma guerra no trânsito. Nos últimos dez anos e também agora. Matávamos 43 mil mil pessoas por ano no Brasil, e conseguimos reduzir para 32 mil em 2019. Relatório aponta que as mortes no trânsito aumentaram 19,3% na capital pernambucana - Hélia Scheppa/Prefeitura do Recife

O Renaest é um dos instrumentos mais importantes do governo federal para avaliar não só a segurança nas estradas, mas garantir o cumprimento de metas e compromissos previstos no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).

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Confira o que o Novo Renaest prevê:

• Multiplicidade de fontes, com busca da fonte primária;

• Priorização das informações imprescindíveis;

• Camada de inteligência e interoperabilidade;

• Ampliação do escopo para “não eventos”;

• Integração com outros sistemas estruturantes;

• Analytics: análise exploratória e predição;

• Retroalimentação dinâmica para subsidiar processos decisórios.


POLÍCIA MILITAR É QUEM MAIS COLETA DADOS DE TRÂNSITO NO PAÍS

Secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão - DIVULGAÇÃO

A Polícia Militar é a principal responsável pela coleta dos dados no local dos sinistros de trânsito do País. De acordo com a Senatran, os PMs têm essa representatividade em 81% dos estados brasileiros.

Também são as entidades policiais que representam a principal fonte de dados para os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans), mas apenas 11% das unidades federativas utilizam os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde.

ENTENDA O PNATRANS

O Pnatrans foi criado em 2018, pela Lei nº 13.614, para orientar os gestores de trânsito do nosso país a implementarem ações com o objetivo de reduzir mortes e lesões em vias urbanas e rodovias, em alinhamento com a Nova Década de Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Plano passou por uma extensa revisão ao longo do ano de 2023, com o estabelecimento de uma nova versão com foco na transparência, conformidade, simplificação e efetividade. A Senatran assumiu o compromisso de democratizar o Pnatrans, abrindo a possibilidade dos órgãos participantes cadastrarem novos produtos que fomentem a redução da mortalidade no trânsito do País.

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