IMPRUDÊNCIA NO TRÂNSITO

Porsche: motorista do Porsche nega ter bebido e pede desculpas à família da vítima da violenta colisão

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (5/5), o motorista disse ainda que não tinha noção da velocidade que trafegava na rua

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Roberta Soares

Publicado em 06/05/2024 às 12:22 | Atualizado em 06/05/2024 às 12:27
Notícia

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que conduzia o Porsche que colidiu violentamente na traseira de um carro e provou a morte de um motorista de aplicativo, na Zona Leste de São Paulo, no dia 31 de março, afirmou não ter ingerido bebida alcoólica naquela noite. 

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (5/5), o motorista disse ainda que não tinha noção da velocidade que trafegava na rua e pediu desculpas à família de Ornaldo da Silva Viana, vítima da colisão. Na sexta-feira, após três negativas, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão de Fernando, que segue considerado foragido por não ter sido localizado pela polícia até agora.

Vale destacar que a entrevista ao Fantástico tinha sido gravada antes da determinação da Justiça de São Paulo. A versão de Fernando, entretanto, contrasta com conclusões da polícia, que apontam, a partir da perícia técnica e de depoimentos no inquérito, que ele trafegava a 156 km/h, numa via em que o limite é 50 km/h, e teria bebido antes do sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT).

SEM LEMBRAR SEQUER DA VELOCIDADE

Ao programa, o motorista relembrou o que fez antes da colisão. Contou que esteve em um restaurante e depois foi a uma casa de pôquer, com amigos. O sinistro de trânsito aconteceu após ele deixar o local. Perguntado sobre a velocidade que trafegava, ele respondeu: "Dentro do carro eu não tive a sensação de que eu estava em tamanha velocidade."

Depois da batida, ele deixou o local sem realizar o bafômetro quando a mãe informou que o levaria ao hospital, onde posteriormente não foi encontrado pela polícia. Fernando Sastre disse, ainda, que teve um mal-estar antes de irem ao hospital. "Minha mãe passou em casa para pegar a carteirinha do convênio de saúde, mas eu tive um descontrole, fiquei muito nervoso com tudo o que estava acontecendo. Então ela me deu um remédio e eu apaguei", relatou.

Na visão dele, não houve tratamento privilegiado diante da liberação policial no local do local do crime. A Secretaria da Segurança reconheceu que os policiais deveriam ter realizado o teste de bafômetro, o que não foi feito. "Eu não tive nenhum tratamento privilegiado, para mim foi tudo normal, fui tratado como qualquer um", disse Fernando.

Questionado se gostaria de se dirigir aos parentes da vítima, o motorista disse ter pensado no assunto, mas concluiu que nada traria Ornaldo de volta. "A única coisa seria um pedido de desculpas sincero, de coração", disse.

RELEMBRE O CASO

A violenta colisão aconteceu na madrugada do domingo de Páscoa, 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Andrade Filho saiu de uma festa "open bar" (com bebida liberada) quando se envolveu na batida.

Ele dirigia o Porsche que bateu a 156 km/h na traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. O limite para a via é de 50 km/h.

Os policiais que atenderam à ocorrência permitiram que o empresário deixasse o local com ajuda da mãe, que disse que iria levar o filho ao hospital. Quando os agentes foram até ao hospital para fazer o teste do bafômetro e colher sua versão do sinistro, não encontraram nenhum dos dois.

Segundo sindicância da Polícia Militar, os agentes erraram ao não fazer o teste do bafômetro em Andrade Filho logo após a colisão. O condutor do carro de luxo, porém, se apresentou no 30.º Distrito Policial do Tatuapé quase 40 horas depois da ocorrência, no dia 1° de abril - mesmo dia em que Viana foi enterrado em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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