Apesar da crise enfrentada pelo transporte público coletivo brasileiro - com uma perda diária de quase 20 mil passageiros -, ainda há muita esperança de recuperação para o setor. Basta que poder público e operadores se empenhem em promover melhorias sob os aspectos financeiros, operacionais e de conforto.
Pelo menos é o que aponta a Confederação Nacional do Transporte (CNT) na Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, lançada durante o Seminário Nacional de Transporte, realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transporte de Transportes Urbanos (NTU) nos dia 6,7 e 8/8, em São Paulo.
Segundo o estudo, do público que deixou de utilizar os sistemas de ônibus no País, 63,5% voltariam se a tarifa fosse menor. Já 32,8% afirmaram que não voltariam mesmo que o valor baixasse. “Isso é, sem dúvida, uma luz no fim do túnel. Quando vemos que 63% dos antigos clientes estariam dispostos a voltar se a tarifa tivesse reduções, mostra que é possível, sim, resgatar a demanda. Ao mesmo tempo, revela que o transporte público segue sendo essencial para a sociedade e as cidades. Mas precisa melhorar”, analisa Bruno Batista, diretor executivo da CNT e coordenador da pesquisa.
TARIFA MAIS BARATA É O PONTO MAIS IMPORTANTE ENTRE TODOS
Quando foram feitos recortes sobre os principais aspectos de melhoria que precisam ser adotados para resgatar o passageiro que era cliente dos ônibus e deixou de ser, 21,2% alegaram o menor preço da tarifa, 19,8% um maior conforto, 19% mais rapidez nas viagens, 14,3% flexibilidade de rotas e horários e 12,8% alegaram a necessidade de uma maior pontualidade. Enquanto 26,6% afirmaram que não voltariam de jeito nenhum.
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E quanto maior a redução do valor, maior a quantidade de passageiros dispostos a voltar aos ônibus: 25,2% voltariam se houvesse a redução de metade do valor das passagens e 16,7% se a Tarifa Zero fosse adotada.
PASSAGEIROS DISPOSTOS A PAGAR MAIS POR UM SERVIÇO MELHOR E MAIS CONFORTÁVEL
A Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana também constatou que existe uma parcela dos passageiros que estaria disposta a pagar mais por um serviço de ônibus melhor e mais confortável.
A maioria pagaria mais para viajar sentada (57,3%), depois para viajar em veículos menos poluentes (52,6%) e com ar-condicionado (38,1%).
A primeira versão da Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana foi realizada em 2017, sendo atualizada agora, em 2024. Mais de 3 mil entrevistas foram realizadas em 35 municípios do País.