Ciclofaixa da Praça da República, no Centro do Recife, volta a ser segura para ciclistas

Prefeitura do Recife reinstalou prismas de proteção após atropelamento de ciclista e protestos por mais segurança na rede cicloviária da cidade

Publicado em 22/08/2024 às 16:01 | Atualizado em 22/08/2024 às 16:07

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) concluiu a reinstalação dos prismas da ciclofaixa da Praça da República, localizada no bairro de Santo Antônio, no Centro da capital, garantindo mais proteção para quem pedala na área.

A ausência dos dispositivos de segurança - retirados do equipamento ainda em 2022, quando as vias nas imediações da Praça da República foram recapeadas - provocou o atropelamento de uma ciclista em julho deste ano e, como consequência, cicloativistas realizaram protestos na época.

Na semana seguinte, os prismas começaram a ser reinstalados pela autarquia, que concluiu o trabalho agora. A ciclofaixa voltou a ter os mini-blocos no trecho em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e, principalmente, na curva existente na área, onde a ciclista foi atropelada.

O trecho se tornou muito perigoso porque, sem a proteção física, motoristas e, principalmente, motoqueiros, terminavam invadindo a ciclofaixa devido ao ângulo da curva. A ciclista foi atropelada por um motoqueiro quando seguia no sentido subúrbio-Centro.

Agora, todo o percurso de aproximadamente 500 metros em frente ao TJPE está com os prismas de proteção, obrigando os condutores e motoqueiros a reduzir a velocidade e a fazer a curva devagar.

PROTESTO DE CICLISTAS POR MAIS SEGURANÇA NAS CICLOFAIXAS

Josenildo Gomes/ASCOM CTTU
Ciclofaixa da Praça da República, no Centro do Recife, volta a ser segura para os ciclistas. CTTU reinstalou prismas que separam o tráfego de veículos - Josenildo Gomes/ASCOM CTTU
Josenildo Gomes/ASCOM CTTU
Ciclofaixa da Praça da República, no Centro do Recife, volta a ser segura para os ciclistas. CTTU reinstalou prismas que separam o tráfego de veículos - Josenildo Gomes/ASCOM CTTU

A falta de sinalização dos equipamentos e a transformação de trechos de ciclovias e ciclofaixas em meros restos de pintura no chão, deixando completamente vulnerável quem pedala nas ruas do Recife, levaram cicloativista a protestar por mais e melhores infraestruturas cicloviárias na época do atropelamento, no Centro do Recife.

O start para a manifestação, organizada pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), foi o atropelamento de Gaia Lourenço, ciclista e conselheira da entidade, enquanto pedalava na ciclofaixa, no trecho próximo ao Teatro de Santa Isabel.

O sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo a ABNT) teria acontecido exatamente porque o equipamento deixou de ter os prismas de proteção no trecho em frente ao TJPE, permitindo o fácil acesso de carros e motos.

CICLOFAIXAS VIRARAM PISTAS DE MOTOS NO RECIFE

ARTUR BORBA/JC IMAGEM
Ciclofaixa da Praça da República, no Centro do Recife, volta a ser segura para os ciclistas. CTTU reinstalou prismas que separam o tráfego de veículos - ARTUR BORBA/JC IMAGEM
ARTUR BORBA/JC IMAGEM
Ciclofaixa da Praça da República, no Centro do Recife, volta a ser segura para os ciclistas. CTTU reinstalou prismas que separam o tráfego de veículos - ARTUR BORBA/JC IMAGEM

A invasão das ciclofaixas do Recife tem sido um problema. Na verdade, os equipamentos viraram pistas de motos. Tem sido cada vez mais comum ver motoqueiros - não só entregadores, mas também Uber e 99 Moto com passageiros na garupa - utilizando as ciclofaixas para escapar de retenções ou ganhar vantagem em ultrapassagens ou em travessias com semáforos.

As reclamações de ciclistas têm aumentado devido a casos como o vivido pela ciclista Gaia Lourenço, atropelada por um motoqueiro enquanto pedalava dentro da ciclofaixa. Os flagrantes de desrespeito estão por toda a cidade. Principalmente em ruas e avenidas que têm constante registro de retenções ou congestionamentos.

E como quase a totalidade da rede cicloviária do Recife é estruturada em ciclofaixas - quando a segregação do tráfego de veículos não é física, apenas com obstáculos pontuais e sinalização -, a vulnerabilidade para quem usa a bicicleta é ainda maior.

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