EXONERAÇÃO

Bolsonaro acredita que trocando os investigadores da PF eles poderão amenizar a barra para seus filhos

Exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (24); Ontem, Moro disse a Bolsonaro que só continua no Ministério da Justiça se Valeixo não fosse demitido

Romoaldo de Souza
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Romoaldo de Souza
Publicado em 24/04/2020 às 8:35 | Atualizado em 24/04/2020 às 8:59
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Moro e Bolsonaro travaram uma crise após saída de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal - FOTO: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Como é mesmo aquele ditado popular? “Em time que está ganhando não se mexe!” Não é?

O diretor do site administradores.com, Dirceu, rebate o adágio popular. Ele diz que no mundo do futebol vale como máxima, mas nos negócios não. “Na esfera empresarial não é aceitável esperar para fazer mudanças. ‘Não espere começar a perder para mexer no time’, ou seja, ‘Em time que está ganhando se mexe sim, para continuar ganhando. É necessário mexer para melhorar.’”.

Será que o presidente Jair Bolsonaro levou em conta esses pontos de vista tanto o popular, do mundo esportivo, como os argumentos de especialistas que dizem que mesmo vencendo é preciso mexer no time?

Essa pequena introdução foi para começar a analisar os motivos que levaram o presidente a emparedar o ministro da Justiça.

No encontro que tiveram nesta quinta-feira (23), Bolsonaro disse ao ministro da Justiça que pretende trocar o comando da Polícia Federal, hoje chefiada pelo delegado Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. Na manhã desta sexta-feira (24), a exoneração do diretor-geral foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Quando o então juiz foi apresentado ao candidato eleito, Moro impôs condições e uma delas foi de que o presidente não interferiria nas investigações da Polícia Federal.

Hoje a PF está muito próximo da família do presidente, nas investigações que faz sobre disseminação de “fake news”, e Bolsonaro acredita que trocando os investigadores eles poderão amenizar a barra para o lado dos meninos traquinos que espalham notícias faltas.

Até agora, Sergio Moro tem resistido. Resta saber até quando. E mais ainda. O Brasil todo sabe que a Polícia Federal tem uma história de investigações isentas e muita gente acredita que o argumento de que mesmo trocando o comando os investigadores vão seguir o caminho constitucional de investigar doa em quem doer.

Pense nisso

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