Toda cidade do interior tem um bêbado. Uma personagem bêbada que fica pedindo pinga a quem passa. O bêbado bebe uma, bebe duas, 10 lapadas e já sem argumento, decide ir embora pra casa.
>> Ministro da Saúde Nelson Teich pede para deixar o governo Bolsonaro
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Quase desequilibrando, o bêbado pega no cabresto da égua, toma impulso e quando não cai do outro lado, senta-se no lombo do animal que vai pra casa sem errar a estrada.
Acontece que no meio do caminho o bêbado resolve fazer mais uma parada. Ele promete à égua que é a última. Vai no tronco mais próximo, dá uma volta com a corda e entra na bodega.
Quando vai pedir o último rabo-de-galo ouve um sonoro não, “a casa não vem trago para quem já passou do limite”, grita o dono do boteco. O bêbado para, olha os quatro cantos do estabelecimento e lamenta baixinho: onde é que eu fui amarrar minha égua.
Que é o mesmo que dizer: onde foi que eu me meti.
Olhando ontem, o ministro da Saúde Nelson Teich, que está há uma semana sendo desautorizado pelo presidente da República, eu me lembrei desse ditado popular que chegou ao Brasil trazido pelos portugueses.
O ministro deve ter pensado: “onde é que fui amarrar minha égua”.
Tudo porque Jair Bolsonaro quer incluir um remédio chamado de Cloroquina nos protocolos do Ministério da Saúde para o enfrentamento do coronavírus: “o presidente sou eu e meus ministros têm que estar afinados comigo”, advertiu.
Só que o ministro da Saúde não concorda em transformar a Cloroquina num remédio que vai curar todo mundo que pegou a doença.
Teich chegou a advertir que “cientificamente não estão comprovados os benefícios do remédio” e que “o médico precisa alertar os paciente dos efeitos colaterais da Cloroquinha.
Ou seja, ou Jair Bolsonaro frita o ministro da Saúde e Nelson Teich deixa a Esplanada dos Ministério repetindo o ditado popular: onde é que fui amarrar minha égua ou o presidente da República enquadra o ministro e tudo não passou de uma trapalhada sem tamanho.
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