COVID-19

Governo preferiu semear discórdia com Judiciário ou os governadores e prefeitos ao invés de interpretar relatórios

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) encaminhou dezenas de relatórios ao presidente da República, antecipando o caos que a saúde pública enfrentaria, na onda do coronavírus

Romoaldo de Souza
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Romoaldo de Souza
Publicado em 10/06/2020 às 7:14 | Atualizado em 10/06/2020 às 7:16
EVARISTO SA/AFP
O chefe do Executivo defendeu que as torcidas se unam pela "democracia e liberdade do País" - FOTO: EVARISTO SA/AFP

Quem nunca ouviu, ao menos uma vez, a advertência: “não foi por falta de aviso”. Ou “não diga que não avisei”. Não é assim?

Pois não foi por falta de bons relatório que o governo federal deixou de agir com firmeza para enfrentar o coronavírus. O leitor vai se recordar que naquela fatídica reunião ministerial do último 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro reclamou da falta de relatórios de inteligência para se antecipar e “não ser apanhado de calças curtas”.

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Estaria correto o presidente não fosse por um detalhe, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) encaminhou dezenas de relatórios ao presidente da República, antecipando o caos que a saúde pública enfrentaria, na onda do coronavírus.

O relatório da inteligência alertou para a situação de caos que os cemitérios brasileiros enfrentariam. O problema parece residir não em quem produz os relatórios, mas em quem interpreta o conteúdo do documento.

Não foi por falta de aviso! O governo, se bem interpretasse o relatório da Abin, poderia ter se antecipado, mas não. Preferiu semear a discórdia com o Poder Judiciário ou os governadores e prefeitos.

Pense nisso!

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