O leitor vai se recordar daquele grupo de lunáticos bolsonaristas que ameaçava atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). Os mesmos gatos pingados que numa noite do mês de junho fizeram uma passeata noturna, pela Praça dos Três Poderes, soltando foguetes rumo à sede do Poder Judiciário.
100 dias depois daquelas presepadas, o clima nas redes sociais é de contrariedade. Os aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão, como se diz na linguagem popular, no mato sem cachorro. Se bem que a expressão correta é não mato sem cachorro. Ou seja, sem um cachorro para ajudá-lo, o caçador terá dificuldade de encontrar a caça.
Mas tudo bem. Voltado aos manifestantes que gritavam sem parar, fora Toffoli! em sinal de repúdio ao então presidente do STF, todas as vezes que o Judiciário impôs derrotas a Bolsonaro. Esse mesmo grupo teve de engolir em seco a notícia de um encontro na casa de Toffoli, regado a costela no bafo, cachaça do Norte de Minas Gerais, salmão ao molho de maracujá, e café em cápsula, importado da Suíça.
Entre as fotos que bombaram nas redes sociais, duas tiveram bastante destaque. Em uma delas Toffoli e Bolsonaro estão de mãos dadas. Em outra, o presidente e o ministro estão trocando um caloroso abraço, daqueles olho no olho.
Pronto, foi o suficiente para que os internautas que até semana passada endeusavam o presidente, ontem subissem a hashtag #Bolsonarotraidor. Foi um dos assuntos mais comentados.
Vou somente pegar dois comentários para que você entenda o clima: um deles dizia assim: “Quem ainda defende esse traidor é pior do que ele #BolsonaroTraidor”. Outro internauta escreveu: “A verdade é que o Carluxo [Carlos Bolsonaro, filho do presidente e que atualmente é vereador no Rio de Janeiro, pelo Republicanos] está perdido, ele sentiu que a coisa passou do limite. Sabe que o pai agora vai perder muito apoio. Que o pai é um traíra. #BolsonaroTraidor”
O jeitão pragmático de Bolsonaro governar, trazendo o “Centrão” para ser influente no governo e agora fazendo aliança informal com ministros do STF, mostra que o presidente reconhece que chegou a hora de romper com os extremistas internautas.
Muita gente, muitos militantes vão ficar órfãos dos discursos incendiários de Bolsonaro. Agora, o homem só fala em cajuína.
Pense nisso!
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