Qual deveria ser a punição para quem furou a fila da vacinação contra a Covid-19? Aparentemente, um processo cairia bem. Agora, e se esse furador de fila fosse o comandante da Polícia Militar? Para dar bom exemplo à tropa e à sociedade, no mínimo deveria ser exonerado da função.
Até aí, tudo bem. Foi mais ou menos o que se passou com o coronel Julian Pontes. A imprensa de Brasília revelou que o oficial furou a fila, se vacinou antes da maioria dos subordinados e deixou de comandar a Polícia Militar do Distrito Federal.
Um mês depois da exoneração e o nome do coronel Pontes volta ao noticiário. Ele foi nomeado para um importante cargo no governo federal, chefiando o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional da Diretoria de Operações da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça. O nome do órgão é tão extenso como os benefícios que o coronel vai receber 10.373,30.
O conceito “cair para cima” empregado tantas vezes em meio às investigações de corrupção vai valer para o coronel. Furou a fila da vacina e ganhou um cargo estrategicamente importante no governo federal. Enquanto isso milhões de brasileiros, cidadãos comuns aguardam chegar a vez da imunização.
Pense nisso!