Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Depois de nove minutos de constrangimento, ministros do STF entregaram a Bolsonaro convite para posse do TSE

Ninguém é obrigado a gostar de outra pessoa, mas quando se trata de uma autoridade de República, o mínimo é que se respeitem, mesmo divergindo

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Romoaldo de Souza

Publicado em 08/02/2022 às 8:28
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pede que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, negue acesso a seguidores. - ISAC NÓBREGA/PR E ROSINEI COUTINHO/SCO/STF

"Missão cumprida. Eu converso com todo mundo e busco soluções. Queremos uma coisa só, transparência e segurança (nas eleições)”. A frase é do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas poderia ser de qualquer outra autoridade preocupada em reduzir a zero as tensões entre os Poderes da República.

Nessa segunda-feira (7), depois de longos nove minutos de total constrangimento, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, entregaram a Bolsonaro convite para a cerimônia de posse do comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir do próximo dia 22.

Todo o mal estar entre o Executivo e o Judiciário acabou se agravando depois que Bolsonaro descumpriu uma ordem judicial assinada por Alexandre de Moraes para que o presidente prestasse depoimento à Polícia Federal sobre vazamento de dados sigilosos. Bolsonaro não compareceu.

Tem uma coisa que chama-se liturgia do cargo. Ninguém é obrigado a gostar de outra pessoa, mas quando se trata de uma autoridade de República, o mínimo é que se respeitem, mesmo divergindo. E no nosso País, vale a máxima que diz que “decisão judicial não se discute. Cumpre-se”. Bolsonaro não cumpriu.

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