Romoaldo de Souza

Bolsonaro se deu conta de que não tem como cumprir promessa de segurar preço do diesel

Até as eleições de outubro, o presidente poderá ter de enfrentar um movimento como o que travou o Brasil, em maio de 2018, com a paralisação dos caminhoneiros

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Romoaldo de Souza

Publicado em 10/05/2022 às 9:41
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No meio da tarde dessa segunda-feira (9), enquanto conversava com o advogado Pedro Cesar Sousa, subchefe para Assuntos Jurídicos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma mensagem em um dos mais de 30 grupos de que participa que o deixou inquieto. Bolsonaro levantou-se da cadeira, deu uma volta em torno da mesa, soltou um palavrão e voltou a conversar com o assessor jurídico.

A mensagem era do ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia. O almirante informava o presidente de que a Petrobras tinha anunciado aumento de 8,8% no preço do óleo diesel. Imediatamente, em outro grupo do WhatsApp, Bolsonaro ficava sabendo das declarações do amigo Wallace Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores.

Chorão estava informando da iminência de uma paralisação dos caminhoneiros. “Só estamos no aguardo da posição de outros segmentos, mas nós já damos como certa uma paralisação”, disse, advertindo que “com esse valor, o setor [do transporte de carga] vai entrar em colapso”.

Na inquietação do Planalto, o presidente se recordou que durante a campanha eleitoral [2018], ele tinha prometido “segurar o preço do diesel”. Hoje [ou ontem], o presidente se deu conta que não tem como cumprir a promessa de não haver aumento nos combustíveis e que até as eleições de outubro poderá ter de enfrentar um movimento como o que travou o Brasil, em maio de 2018, com a paralisação dos caminhoneiros.

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