Eu não me recordo de uma posse de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) causar tanto interesse nos meios políticos, entre os operadores do direito, nas conversas de jornalistas, como a chegada de Alexandre de Moraes ao comando da Justiça Eleitoral.
Posso estar equivocado, mas o clima de tensão criado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), dando constantes declarações de desconfiança nas urnas eletrônicas e até mesmo do resultado das eleições, contribuiu para que a animosidade chegasse a um grau tão elevado que, por pouco, não explodiu.
Para mim, Alexandre de Moraes vai sentar-se na principal cadeira do TSE, vai tocar o processo eleitoral com a Constituição Federal debaixo do braço, dar pouca trela aos que querem ver o “circo pegar fogo” e - usando uma expressão corriqueira nos círculos de conversas pouco democráticas - fazer o jogo ser jogado “dentro das quatro linhas”. Fora delas não deve prosperar muito embate, não. Só uma ou outra conversa fiada aqui ou acolá.
E vou dar pelo menos dois motivos para acreditar que Alexandre de Moraes vai se sair bem durante a campanha eleitoral, nas eleições e em seguida, qualquer que seja o resultado das urnas. Primeiro, ele está levando para ser secretário-geral do TSE José Levy, que foi Advogado-Geral da União no início da gestão de Bolsonaro.
O segundo palpite é que Alexandre de Moraes não é dado a notas de repúdio nem de ficar fazendo firulas e arrodeios. Ele é de ir direto ao ponto. E essa é uma atitude que faltou na gestão do ministro Edson Fachin. Sem esquecer que Alexandre de Moraes tem bom trânsito entre os militares.
Em resumo, como diria o poeta Vinícius de Moraes (1913 - 1980), que não era parente do ministro, “Bom é mesmo amar em paz. Brigas nunca mais”.
Pense nisso!