Corria uma lenda, no Sertão do Pajeú (PE), que em Tavares (PB) havia um fazendeiro tão rico, mas tão rico que ele contava a quantidade de vacas que tinha fazendo o percurso em torno delas, montado a cavalo.
Quando estavam reunidas em um determinado pasto, o fazendeiro levava até quatro horas para ir de uma ponta a outra. Claro que, como boa lenda, ninguém nunca viu nem contou as vacas do fazendeiro do sertão paraibano.
Eu sempre me recordo dessa história quando as eleições chegam ao segundo turno e os partidos e políticos fazem procissão de apoio, garantindo milhões de votos que nunca se sabe ao certo se chegarão às urnas.
Quando um político promete apoio a um candidato, ele - de certa forma - trata o eleitorado como se fosse um gado que vai ser transferido de um pasto para outro. O eleitor é o gado sem nem ser consultado.
Pareceu-me salutar, em meio a tantas incertezas, a maneira como o PDT de Ciro Gomes manifestou apoio ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
A legenda impôs ao menos três condições: que Lula garanta um plano de implantar a educação em tempo integral, que acolha projeto do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) que instituiu um programa de renda mínima para população carente, e, finalmente um projeto que prevê zerar dívidas do SPC [Serviço de Proteção ao Crédito].
Poderia ser sempre assim. Negociam-se os apoios em torno de programas e medidas concretas, em vez do chafurdado jeito de se fazer política no Brasil: o conhecido o toma lá, dá cá!
Pense nisso!