Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
ROMOALDO DE SOUZA

Em clima de festa pela vitória, equipe de transição de Lula ainda deve sentir o impacto do escasso orçamento

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Romoaldo de Souza

Publicado em 18/11/2022 às 16:53
Encerrada a etapa de transição, agora em janeiro o jogo começa para valer - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

No meio acadêmico, quando um trabalho de conclusão de curso, o temível TCC, é muito abrangente costuma ser chamado de “tabuleiro da baiana”, numa homenagem ao famoso samba de Ary Barroso (1903 - 1964). “No tabuleiro da baiana tem: Vatapá, oi, caruru, mungunzá, tem umbu” e outras tantas iguarias.

O governo de transição tem um quê de tabuleiro da baiana. Ali tem trabalhadores rurais sem terra tomando o mesmo café que o grande produtor de soja. Tem economista dividindo o mesmo ar condicionado com a militante da União Nacional dos Estudantes (UNE) e, até aqui, na mais perfeita harmonia.

Até aqui, é bom que se diga. Por enquanto, os temas ainda estão no nível das comemorações da vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva e os mais de 30 grupos de trabalho não se debruçaram amiúde nos temas centrais do plano de governo, tudo é festa.

Os embates, salutares, é bom que se diga, estão sendo deixados para as próximas semanas quando o pessoal da Cultura perceber que o “cobertor é curto” ou quando as prioridades da campanha eleitoral precisarem ser enxugadas para caber no mesmo orçamento.

O mineiro Ary Barroso vai terminando seu poema perguntando: “…sim, mas depois, o que será de nós dois? Seu amor é tão fugaz, enganador”. Essa é a pergunta que não quer calar no gabinete de transição.

E depois, quando os números do escasso orçamento forem colocados à mesa? Bem, aí é a segunda parte da festa.

É contar os trocados para pagar os fornecedores. Pagar o garçom que serviu os convidados.

Pense nisso!

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