As "melancias" do PL de Bolsonaro e Lula que quer reeditar Collor às avessas

Leia a coluna Política em Brasília
Romoaldo de Souza
Publicado em 11/07/2023 às 23:38
Antes de dar posse aos ministros, Lula chega ao Palácio do Planalto acompanhado por uma multidão nas ruas: cadela "Resistência" subiu a rampa Foto: SERGIO LIMA/AFP


OS “MELANCIAS” DE VALDEMAR
Não tem “bullying” mais pesado dito a um bolsonarista do que chamá-lo de melancia [verde por fora, vermelho por dentro]. Mas no grupo de WhatsApp do partido teve um deputado que chamou o colega de “melancias traidores.” A discussão estava tão fora de controle que levou o líder do PL, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), a trancar o grupo.

“Nossos embates são sempre acalorados e de muita qualidade, mas, às vezes, podem dar margem para quem quer confundir nossos próprios eleitores”, escreveu o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, presidente da legenda.

VACILOU GERAL
“Cochilo imperdoável” como avaliou o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP). No Palácio o clima era de indignação de como a base governista, que é maioria, deixou aprovar requerimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos de 8 de janeiro para que deputados e senadores tenha acesso aos planos de voos do presidente Lula da Silva (PT). A mesma oposição aprovou requerimento cobrando do Ministério da Justiça cópia da íntegra das imagens das câmeras de segurança do dia 8 de janeiro, quando ocorreram atos violentos na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

“Eu não sei dizer qual o motivo de deixaram aprovar esses requerimentos. Desse jeito, com total descontrole, precisamos ‘dar um freio de arrumação’”, afirmou o líder do governista.

ENXOVALHANDO O EXÉRCITO BRASILEIRO
O Alto Comando do Exército; o pai, general Mauro César Cid; e até a defesa, tinham orientado o tenente-coronel Mauro Cid a ir prestar depoimento no CPMI à paisana. Ele ignorou os apelos. A uma pessoa muito próxima, Cid teria dito que não foi condenado, não foi julgado pelo Superior Tribunal Militar (STJ) “e, por isso mesmo, me sinto parte da instituição Exército Brasileiro”.

Ex-ajudando de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid está preso por suposta falsificação de documentos para obter cartão de vacina contra a covid-19, mesmo não tendo se vacinado. O oficial também estaria de posse de um documento com estratégias para que fosse dado um golpe de Estado. Em depoimento nesta terça-feira na CPMI, Cid se manteve em silêncio.

PLANALTO ALIVIADO…
… com a escolha do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para relatar a reforma tributária, no Senado Federal, deixou o Planalto mais tranquilo. “É uma alívio. Não temos tempo a perder”, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

De cara, Eduardo Braga disse que não vai cair na tentação de fatiar a reforma. “Nós temos experiências anteriores nesse sentido, que não deram certo”. Para o governo, a escolha não poderia ter sido melhor.

PENSE NISSO
Lula estuda reeditar um das estrepolias adotadas pelo ex-presidente Fernando Collor. Toda última sexta-feira do mês, ele reunia um grupo de intelectuais, artistas, atletas e muitas crianças para descer a rampa do Planalto.

No atual governo a ideia seria o inverso. Nas primeira segundas-feiras de cada mês haveria uma solenidade na rampa e convidados de movimentos sociais, de sindicatos e minorias acompanhariam o presidente e sua comitiva para dar início aos trabalhos, dentro do Planalto.

Parafraseando o grande comunicador pernambucano, Abelardo Barbosa, o “Chacrinha (1917-1988)”, “no país de tanta falta de criatividade, copiar Collor às avessas pareceu bem criativo.

Pense nisso!

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