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Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Apagão foi "evento extremamente raro", e ministro de Minas e Energia não descarta sabotagem

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Publicado em 15/08/2023 às 20:01
Toda energia não medida será cobrada ao cliente, conforme determinações estabelecidas pela legislação do setor elétrico
Toda energia não medida será cobrada ao cliente, conforme determinações estabelecidas pela legislação do setor elétrico - Neonergia/divulgação

O conterrâneo Zé Dantas (1921-1962) não poderia ser mais atual do que em um dia em que as autoridades do sistema elétrico se atrapalharam nas explicações sobre o apagão que deixou o Brasil no escuro.


“Eu nesse coco num vadeio mais?
Apagaro o candeeiro, derramaro o gai ?
Coisa boa nesse escuro já sei que num sai
Já não tão mais respeitando nem eu que sou pai?
Pois me deram um beliscão quase a carça cai?
Começando desse jeito num sei pronde vai.”

O Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que "Houve pelo menos 16 mil MW de interrupção de energia. A interrupção no Sul e no Sudeste foi uma ação controlada para evitar propagação da ocorrência", afirmou em nota, o ONS.

Na Esplanada dos Ministério, Alexandre Silveira (Minas e Energia), disse que ainda não é possível assegurar se houve ou não “ação dolosa ou falha humana”, mas “estou oficiando o Ministério da Justiça para que seja encaminhado à Polícia Federal um pedido de instauração de inquérito policial para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido, além de diagnosticar onde ocorreu. Nós vamos encaminhar à PF e Abin a instauração de procedimento para apurar eventuais dolos no ocorrido de hoje", afirmou o ministro.

A bem da verdade, o Poder Executivo e a agência reguladora - Aneel - precisam tranquilizar o país de que o breu de ontem não vai atrapalhar, daqui por diante, a vida do cidadão.

SABE TUDO
A primeira-dama, Rosângela da Silva, fez um comentário numa rede social, considerado uma crítica ao apagão desta terça-feira: "a Eletrobras foi privatizada em 2022.”

DE PIRES É POUCO

“… tem que ser de balde na mão.” A frase é de um gestor público entre os quase 2 mil prefeitos que estão em Brasília, tentando entender o porquê da redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, apresentou estudo, apontado que “para cada R$ 100 que são arrecadados por pequenos municípios, R$ 91 são utilizados para o pagamento de pessoal e custeio da máquina pública”. Com isso, a entidade aponta que “mais de 51% das cidades” estão no vermelho.

“Mais da metade dos municípios estão no vermelho, as receitas estão caindo e as despesas crescendo. Nós elaboramos um estudo completo que comprovam essa situação. Aí estão esses números, vocês podem pegar esse estudo e apresentar para seus parlamentares e cobrar a aprovação do arcabouço fiscal”, explicou Paulo Ziulkoski.?

BAFÔMETRO NA CÂMARA

Uma proposta do deputado José Medeiros (PL-MT) quer a obrigatoriedade de exame toxicológico “para detectar uso de drogas por parte de membros do Poder Legislativo”. Deputados federais, estaduais e vereadores teriam de se submeter a cada seis meses a esses exames e quem se recusar a fazer o teste será suspenso por seis meses. Quem for apanhado após o consumo de drogas ilíticas, poderá responder a processo no Conselho de Ética.

José Medeiros disse que se inspirou no Parlamento do Chile, onde o teste obrigatório “pretende aumentar a transparência do trabalho dos parlamentares”.

CANSEI, NÃO TÔ AGUENTANDO!

Parece puxado, mesmo, o trabalho no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No meio da tarde desta terça-feira (15), o ministro João Otávio de Noronha reclamou de cansaço, e pediu ajuda aos colegas de turma: “Eu não tô aguentando mais. Foi muita concentração hoje. Examinamos, reexaminamos. Proponho da gente encerrar os trabalhos hoje porque eu não tenho mais cabeça para julgar”. Os trabalhos foram suspensos.

Já pensou se a moda pega? Em meio à jornada de trabalho estafante, o motorista de ônibus olha para o cobrador e diz: “cansei, querido!” e deixa o veículo ali mesmo, no meio da rua.?

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