Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Votação da PEC que limita poder do STF causa reboliço entre os poderes

Cabeça do líder do governo pode rolar por causa do voto a favor

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Romoaldo de Souza

Publicado em 23/11/2023 às 21:47
Palácio do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três poderes em Brasília - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

BATENDO PESADO
Estava enganado quem imaginava que o Supremo Tribunal Federal não reagiria à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita poderes do STF.

O presidente da Corte, Luis Roberto Barroso chamou a medida de “retrocesso”. Segundo ele, o STF “funcionou como um dique de resistência e um aliado “contra o avanço autoritário”.

LEDO ENGANO
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lamentou que “estejam querendo politizar a decisão dos senadores”.

Pacheco negou que o Poder Legislativo esteja “sequer admitindo” provocar enfrentamento ao STF, mas ressaltou que a PEC foi “amplamente debatida” e que se trata de medida “puramente técnica”.

“Não admito que se queira politizar e criar um problema institucional em torno de um tema que foi debatido com maior clareza possível, que não constitui nenhum tipo de enfrentamento, nenhum tipo de retaliação, e nós jamais nos permitiríamos a fazer isso”, afirmou Pacheco.

CURANDO FERIDAS
Já “nas trincheiras do Planalto”, a “decisão pessoal” do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), de contrariar o presidente Lula da Silva (PT) e votar a favor da PEC enfraqueceu seu comando na liderança.

Petistas ouvidos pela coluna admitiram que Jaques Wagner “talvez tenha seus motivos”, mas nada justifica contrariar o governo.

ATO EM FAVOR DE “PATRIOTA” MORTO
As redes (sociais) de proteção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam firmes e agora, tentam mobilizar os paulistanos a participarem de ato de protesto contra a morte de Cleriston Pereira da Cunha, no última segunda-feira (21), na Papuda, presídio aqui em Brasília.

PARA NÃO ERRAR DE NOVO
Após acachapante derrota, quando o Senado Federal rejeitou o nome Igor Roque para o cargo de defensor pública-geral, agora, a liderança do governo trabalhar “com antecedência” para “evitar contratempos”.

O presidente Lula nomeou Leonardo Magalhães para o cargo, não sem antes recomendar “total empenho”, em busca de votos, para evitar contratempos.

PENSE NISSO!
Chega a ser insalubre e, certamente, violento, por vezes, ter de acompanhar os debates na Comissão de Segurança Pública na Câmara, mas até aí um ministro de Estado, Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), alegar que não foi ao debate na Câmara dos Deputados por “risco à integridade física e moral”, parece extrapolar todos os limites da razoabilidade.

É claro que aquela comissão não é propriamente um lugar civilizado. É só assistir aos mais recentes debates que o leitor vai saber do que estou falando.

Mas um ministro de Estado, dizer uma lorota dessas beira exagero.

Pense nisso!

 

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