Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

PGR quer atuar em inquéritos de acusados no quebra-quebra de Brasília

Lula conta com calendário eleitoral para arrefecer oposição

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Romoaldo de Souza

Publicado em 02/01/2024 às 18:54
Ao tomar posse, Gonet disse que o MP é técnico e não busca holofotes - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

É CHEGADA A HORA
Enquanto o prestígio do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, está em alta dentro e fora do Ministério Público, ele tem dito a interlocutores e até em conversas reservadas que, pessoalmente, quer conduzir os inquéritos relacionados aos atos de quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023.

Pesa a favor do Gonet sua proximidade com o condutor dos processos, ministro Alexandre de Moraes, quando ambos compartilhavam a bancada do Tribunal Superior Eleitoral. Gonet procurador e Moraes presidente do TSE.

DEIXA ASSENTAR A POEIRA
Jogo rápido. O presidente Lula da Silva liga para o vice e pergunta: “companheiro [Geraldo] Alckmin como está o clima em Brasília. Está tudo como deixei”.

Calejado com as pressões que sofre, Alckmin disse a Lula que ele podia descansar tranquilamente. O presidente que retorna hoje do recesso de Ano Novo, quer deixar “na moita” os últimos “desentendimentos” políticos com o Congresso Nacional, depois de editar medida provisória reonerando a folha de pagamento de 17 setores da economia.

MENOS, HADDAD
Derrotado nas eleições presidenciais de 2018 para Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou vitaminado no governo Lula 3.0 e m entrevista a O Globo disse que o PT e os partidos aliados fecharam com Lula para 2026.

“Acredito que existe consenso dentro do PT e da base aliada sobre a candidatura do presidente Lula em 2026", declarou Haddad.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se esquece que, no mundo da política, a prudência é inimiga da soberba. Ele ainda vai ter de esperar muito para manter a economia no atual patamar, uma vez que não consegue colocar em marcha um plano para reduzir gastos.

Supresa zero! São contados nos dedos da mão as novas lideranças que o partido de Lula projetou nos últimos tempos. Menos, ministro!

FIM DA REELEIÇÃO DIVIDE CONGRESSO
Essa não é a única nem será a derradeira divergência entre Câmara e Senado. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) só espera o retorno dos parlamentares a Brasília para por em marcha uma proposta de emenda constitucional (PEC) acabando com a reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República. Neses três níveis - municipais, estaduais e federal - o chefe do Executivo teria cinco anos de mandato.

ÁGUA NO CHOPP
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está ansioso para colocar gosto ruim na emenda. O alagoano diz que é cedo para fazer mudanças nesse sentido. A PEC da reeleição foi aprovada pelo Congresso em 1997.

A POLÍTICA DO CUIDADO
O governo estuda lançar ainda no primeiro semestre programa nacional para “cuidar” de cuidadores. “Cuidar de quem precisa de cuidados e cuidar de quem cuida”, deve ser o tema do programa.

“Em geral, são mulheres, mulheres pobres que pouco ou quase nada recebem por essa importante atividade”, como destaca Rosena Silva, secretária de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, do Ministério das Mulheres.

Um projeto de lei já aprovado na Comissão de Direitos Humanos institui uma bolsa, no valor de um salário mínimo, R$ 1.412, para cuidadores de crianças, adultos, que não tenham vínculo com a pessoa que recebe os cuidados desses profissionais.

PENSE NISSO!
Gosto de uma frase do poeta canadense Leonard Cohen (1934-2021) “Há uma rachadura em tudo. É assim que a luz entra”.

Gravada, originalmente, em 1984, a música “Anthem” discorre que é preciso encontrar saídas, "There is a crack, a crack in everything”. Alternativa. E é sobre isso que quero falar.

Há uma fresta na democracia representativa que precisa ser usada para que as rejuvenescidas ideias atravessem. Que as oligarquias, todas, não são somente os oligarcas a quem não apoiamos, não. São todas. Todas elas devem dar lugar para a política mais representativa.

Na ponta do lápis, a última vez que uma sessão na Câmara dos Deputados em Brasília esteve lotada de trabalhadores foi quando da votação do piso salarial dos profissionais da enfermagem. Era 13 de julho de 2022. Nunca mais teve gente na Câmara. Assim também como o piso ainda não está implantado.

É preciso ocupar esses espaços que aos poucos os “democratas” estão usurpando. Ora pelas sessões semipresenciais que é quando os parlamentares podem votar a quilométricas distâncias, ora pelas cercas que cercam o Parlamento.

Pense nisso!

 

 


 

 

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