Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Lula quer agilidade na reforma tributária, mas sacrifica o debate

Supremo Tribunal Federal divulga protocolo para reduzir letalidade das ações policiais. Ministro Lewandowski quer ouvir governadores

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Romoaldo de Souza

Publicado em 04/07/2024 às 22:43 | Atualizado em 04/07/2024 às 22:51
Os cerca de 500 agentes que estavam empenhados em trabalhos de campo para encontrar os dois detentos deixarão de ser mobilizados - Jamile Ferraris / MJSP

BARREADO
Prato típico do Paraná, o presidente Lula da Silva (PT) conheceu essa iguaria quando ainda estava preso em Curitiba (PR), acusado de participar do esquema que saqueou milhões da Petrobras. Vindo a vigorar a ideia do presidente, de taxar “carne de rico” com alíquota elevada em relação à “carne de pobre”, o barreado do Palácio da Alvorada teria de ser sobretaxado. A carne principal do prato é a palheta. Carne de primeira. “Carne de rico”, como diz o presidente.

Rabada de Agrião pode ficar mais cara - Divulgação

RABADA COM AGRIÃO
Por sua vez, o guisado do rabo do boi, carne de segunda, com legumes, estaria na prateleira das carnes de pobre. Porém, qualquer petista graúdo que esteja em Brasília, sabe que na Vila Planalto, o restaurante onde a esquerda gourmetizada come a rabada de agrião é, de longe, o prato mais caro da “cantina dos petistas”, como é conhecida a casa.

CÉU DE BRIGADEIRO
O presidente da Argentina, Javier Milei, cumpriu o protocolo e informou ao Ministério das Relações Exteriores e às Forças Armadas que o “aerotango” vai entrar no espaço aérea brasileiro, neste sábado (6), para “uma reunião privativa”. Milei trocou a modorrenta reunião dos presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - países que compõem o Mercosul, pelo encontro de animação duvidosa de integrantes da direita latino-americana, organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

RESERVA DE MERCADO
O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que “chegou a hora” dos governos estaduais “disponibilizarem para a sociedade” protocolos que mostrem ações “inibidoras” de ações violentas das polícias. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, já fez chegar aos 27 governadores a intenção de que o governo federal centralize todas as informações estaduais, antes de serem repassadas ao STF.

REFORMA EMERGENCIAL
O Palácio do Planalto encaminhou ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) pedido para que a regulamentação da reforma tributária seja analisada, “em caráter de urgência”. Na prática, Lula quer que o tema passe à frente de todas as demais votações e que o assunto seja remetido diretamente ao plenário, sem ser analisado por outras comissões. Lira já antecipou que concorda com a urgência.

EFEITO VIAGRA
O texto da proposta da regulamentação tributária está passando por um pente fino, “para não deixar nada de fora”, segundo argumenta o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), mas os parlamentares não chegaram a um acordo se o estimulante do apetite sexual teria ou não tributação reduzida. Acabou que, “para evitar constrangimento”, como admitiu um atento deputado, o medicamento sofrerá tributação de 40%.

SEGURO MARÍTIMO
Roberto Miranda, presidente do Sindope (Sindicato dos Operadores Portuários) comandou em Brasília debates sobre seguros e “responsabilidades de risco,” além de falar, também, de outras importantes prioridades que são os seguros dos navios e operadores portuários,” durante o congresso da Fenop (Federação Nacional das Operações Portuárias).

PENSE NISSO!
Em um país como o Brasil, onde mais de 64 milhões “vivem em lares com insegurança alimentar”, segundo dados do IBGE, chega a ser descabido que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região [Bahia] “invista” [as aspas são desta coluna] R$ 9.800 para ensinar os novos juízes a usarem pratos, talheres e guardanapos à mesa.

Fazendo um cálculo em papel de padaria, o dinheiro usado pelo tribunal daria para adquirir mil marmitex e distribuí-las a moradores de rua [que sociólogos enfatizam para população de rua].

Quando eu uso esta coluna para sustentar o argumento de que o Judiciário não tem a menor noção do que se passa no oitão do prédio de cada tribunal, é embasado em gastos dessa natureza.

Pense nisso!

 

 

 

 

 

 

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