Delegado que investigou morte de estudante em Itambé é substituído em delegacia

Publicado em 05/06/2017 às 8:15
Foto: Delegado foi trocado de delegacia no mesmo dia em que indiciou PMs por homicídio culposo de jovem. Foto: Reprodução


Delegado foi trocado de delegacia no mesmo dia em que indiciou PMs por homicídio culposo de jovem. Foto: Reprodução No mesmo dia em que concluiu o polêmico inquérito que indiciou dois policiais militares pelo homicídio culposo (sem intenção de matar) de um estudante no município de Itambé, na Mata Norte de Pernambuco, o delegado Pablo Tenório Carvalho foi dispensado da chefia da 11ª Delegacia Seccional de Polícia. Em seu lugar, assume o delegado Jean Rockfeller. A portaria que determina a mudança foi assinada pelo secretário de Defesa Social, Angelo Gioia. Na justificativa, o gestor apontou "a necessidade de se promover uma distribuição mais equânime (justa) do efetivo da Policial Civil. Considerando, a melhor eficiência do serviço policial, de modo a garantir um resultado mais eficaz na busca por segurança publica". Em nota, enviada às 13h desta segunda-feira, a assessoria da Polícia Civil informou que "o delegado Pablo Carvalho, que respondia pela Seccional de Goiana, sendo especialmente designado para presidir o inquérito do Caso Itambé, foi convidado a assumir o Instituto de Identificação Tavares Buril, órgão ligado à Gerência de Polícia Científica". O delegado Pablo Carvalho foi bastante criticado na última sexta-feira após anunciar que o capitão Ramon Tadeu Silva Casé e o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior seriam indiciados por homicídio culposo. Na interpretação do delegado, os PMs não praticaram crime doloso porque nunca tiveram treinamento técnico para uso de arma com elastômero (bala de borracha)."Foi o primeiro disparo que o soldado fez na vida, então ele era imperito." Ramon, que deu a ordem para que o soldado atirasse no estudante Edvaldo Alves dos Santos, de 22 anos, também foi indiciado por abuso de poder porque, além de arrastar, ainda deu um tapa na vítima. O inquérito já foi encaminhado para o Ministério Público. Os policiais militares envolvidos na ação arbitrária estão afastados das ruas, cumprindo apenas atividades administrativas. Eles também estão sendo investigados na Corregedoria da SDS e, ao final, podem ser punidos com a expulsão da corporação. MPPE investiga treinamento da Polícia Militar para uso de armas em protestos Relembre o caso Edvaldo foi baleado em 17 de março deste ano. Na ação, filmada por um dos manifestantes, os policiais aparecem fazendo ameaças e um deles afirma: "Esse vai levar um tiro primeiro? é tu que vai levar o tiro?". Depois de ser atingido por um tiro de borracha, o estudante ainda é arrastado para a viatura policial. Em 11 de abril, depois de 25 dias internado, Edvaldo faleceu. Leia também Oficial que deu ordem para PM atirar em estudante já responde por outro crime na Justiça Policial punido pelo golpe da falsa blitz no Recife 50 policiais já perderam seus cargos neste ano em Pernambuco    
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