Condenado a mais de 14 anos de prisão, delegado recorre da sentença em liberdade

Publicado em 12/06/2017 às 6:00
Foto: Tiago Cardoso foi condenado por corrupção passiva, peculato e falsidade ideológica. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Tiago Cardoso foi condenado por corrupção passiva, peculato e falsidade ideológica. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem O ex-delegado Tiago Cardoso da Silva, condenado pela Justiça a 14 anos e sete meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e falsidade ideológica, está recorrendo da sentença em liberdade. O processo foi encaminhado na última semana para a segunda instância do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Tiago, que permaneceu preso entre março e dezembro de 2012, era titular da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial, também conhecida como Delegacia de Combate à Pirataria. Uma investigação comandada pela Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública revelou que o delegado e outros policiais civis lotados na mesma especializada teriam articulado um esquema de propina paga por comerciantes chineses para que não fossem apreendidas mercadorias falsificadas, nem fossem instaurados inquéritos. O Ronda JC teve acesso a detalhes do processo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco, as investigações confirmaram a existência de uma associação criminosa entre o delegado titular, um escrivão, quatro comissários, dois agentes e um auxiliar de serviços gerais. O grupo, comandado por Tiago Cardoso, "apropriava-se e desviava em proveito próprio ou alheio valores e bens resultado de apreensões feitas nas operações realizadas por aquela Delegacia de Polícia. Os membros da quadrilha, ainda, solicitavam e recebiam vantagens indevidas em razão da função de policiais que exerciam. Tais vantagens eram oferecidas por comerciantes de produtos falsificados". Tiago Cardoso, um escrivão e um comissário foram condenados em fevereiro deste ano, em primeira instância. O ex-delegado recorreu da sentença e o processo foi recebido no gabinete do desembargador Fausto de Campos, da 1ª Câmara Criminal do TJPE, que vai julgar o recurso. Ainda segundo a denúncia, a qual o blog teve acesso, o trabalho da Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial  era direcionado pelos interesses de grupos privados, em especial advogados e/ou representantes de marcas ou ainda outros comerciantes concorrentes de produtos falsificados ou pirateados, que indicavam as datas e os locais em que deveriam ocorrer as apreensões, normalmente pontos de concorrência, sendo os policiais recompensados. "Balcão de negócios" No processo, que levou o delegado à condenação, consta ainda que Tiago "montou nas dependências da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial um verdadeiro balcão de negócios onde chefiava um grupo de servidores públicos que praticava ilicitudes de toda ordem, visando auferir vantagens ilícitas. O acusado, a fim de levar a efeito as ações do grupo criminoso que chefiava, chegou a retaliar um dos seus agentes, retirando-lhe chefia administrativa, para forçá-lo a ter um maior engajamento nas práticas criminosas que ocorriam naquela delegacia. O acusado, objetivando autopromoção na função de delegado de polícia e repercussão de suas ações na mídia, realizava, por reiteradas vezes, apreensões de mercadorias (...)". O Ronda JC não conseguiu contato com Tiago Cardoso. Leia Também Caso Itambé: policiais são indiciados por homicídio de estudante Sete policiais militares são presos por participação em protestos 50 policiais já perderam seus cargos neste ano em Pernambuco SDS manda prender policiais suspeitos de agredir assaltantes no Recife. Veja vídeo        
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